FMI prevê anos difíceis para exportadores de matérias-primas

A desaceleração econômica da China, voraz consumidor de matérias-primas, agravou a tendência mundial em relação à queda de preços
Da AFP
Publicado em 28/09/2015 às 15:50
A desaceleração econômica da China, voraz consumidor de matérias-primas, agravou a tendência mundial em relação à queda de preços Foto: Foto: Carlos Severo/Fotos Públicas


O Fundo Monetário Internacional (FMI) prevê "anos de dificuldades" para os países exportadores de matérias-primas, entre eles os da América do Sul, segundo um relatório publicado nesta segunda-feira (28).

"As economias exportadoras de matérias-primas atravessam um difícil momento de transição", diz o relatório publicado uma semana antes à assembleia anual do FMI em Lima.

A desaceleração econômica da China, voraz consumidor de matérias-primas, agravou a tendência mundial em relação à queda de preços, especialmente o do petróleo, que despencou nos últimos três anos.

Consequentemente, os países exportadores na África, Oriente Médio e América do Sul sofrerão "consideravelmente" um menor ritmo de crescimento, que deve se prolongar nos próximos anos, diz o relatório.

Os preços baixos das matérias-primas podem custar anualmente a perda de "um ponto percentual" da taxa de crescimento de países exportadores até o ano de 2017, acrescenta.

A instituição ressalta que os exportadores de produtos energéticos seriam os primeiros afetados e perderiam em média "2,5 pontos percentuais" da taxa de crescimento.

Esta advertência do FMI chega em um momento em que muitos países emergentes correm o risco de que a esperada elevação dos juros nos Estados Unidos gere uma fuga de capitais em seus mercados. 

Em outro relatório publicado na segunda-feira, o FMI afirma que uma desvalorização monetária de 10% tem um impacto negativo de aproximadamente "1,5% do PIB".

"Os recentes movimentos monetários têm sido estranhamente importantes", adverte o FMI, que mencionou a valorização do dólar em relação ao euro e a desvalorização das moedas da China e do Japão.  

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