Os níveis de poluição em quase 300 cidades chinesas excederam amplamente os padrões de qualidade nacionais em 2015, apesar de ligeiras melhorias registradas nas áreas mais poluídas, informou nesta quarta-feira (20) a organização ambientalista Greenpeace.
Segundo os padrões chineses, o máximo recomendado de concentração de partículas PM2.5 - as mais finas e suscetíveis de se infiltrar nos pulmões - é de 35 microgramas por metro cúbico.
O nível de poluição nas 366 cidades testadas foi cinco vezes superior ao máximo recomendado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) - 25 microgramas por metro cúbico.
O uso de carvão como fonte de energia é generalizado e emissões da indústria pesada cobrem as cidades chinesas em uma nuvem de poluição, que provoca anualmente milhares de mortes prematuras.
Pequim foi a 27ª cidade mais poluída, com média de 80,4 microgramas por metro cúbico, uma redução de 3,3% em relação a 2014. Os meses de novembro e dezembro foram os piores dos últimos três anos na capital chinesa.
Na província vizinha de Hebei, a cidade industrial de Baoding foi a segunda com os mais altos níveis de poluição no ano passado - uma média de 107 microgramas por metro cúbico.
"As causas da frequente incidência de nuvens de poluição em Pequim e nas regiões vizinhas foram o vento e a umidade", acrescenta o Greenpeace em comunicado.
"Apesar de as condições climáticas ajudarem a explicar a poluição, a principal causa continua a ser o excessivo uso do carvão no Norte da China", diz ainda a nota.
A cidade mais poluída foi Kashgar, na região autônoma de Xinjiang, no Noroeste da China, com média de 119,1 microgramas por metro cúbico.
Pequim decretou em dezembro, por duas vezes, o alerta vermelho (o mais alto) por poluição atmosférica, em uma decisão inédita e que deverá se repetir sempre que a concentração de partículas PM2.5 for superior a 300 microgramas ao longo de três dias consecutivos.