As velas, as flores, as bandeiras e as mensagens escritas em papel depositadas na Praça da Bolsa, em Bruxelas, em memória das vítimas dos atentados de terça-feira (22), vão ser conservados pelos arquivos da cidade.
"Temos uma dupla missão: tentar fotografar o máximo de mensagens que são colocadas aqui, sobretudo as que não são recuperáveis, e depois tentar recolher as mensagens colocadas, mesmo que estejam um pouco estragadas devido à chuva desta noite”, disse Frédéric Boquet, chefe dos Arquivos da cidade de Bruxelas.
Desde o dia dos atentados, a Praça da Bolsa, no centro histórico da cidade, foi escolhida como memorial espontâneo em homenagem aos pelos menos 35 mortos e 340 feridos nas explosões que ocorreram no aeroporto de Bruxelas e na estação de metro de Maelbeek.
Tensão
Ontem (27), o local foi palco de tensões, depois que um grupo de extrema-direita adotou atitudes provocatórias. Cerca de 200 manifestantes vestidos com roupa preta e muitos com máscaras no rosto gritavam frases anti-imigração. Eles chegaram a lança projéteis incendiários contra os policiais e destruíram mobiliário urbano, ao chegarem ao local. Dez pessoas foram detidas
Nesta segunda-feira, feriado na capital belga e europeia, diminuiu o número de pessoas no local, assim como de jornalistas. Ao contrário de domingo, esta tarde não são visíveis barreiras policiais, nomeadamente de revista aleatória a quem se aproximava da zona.
O aparato de veículos militares também diminuiu.
Enquanto os parques verdes públicos e as instituições europeias estão fechados, na baixa a maior parte das lojas de recordações, de chocolates e dos restaurantes estão abertos da baixa.
Porém, mesmo com o sol a brilhar, as esplanadas estão vazias e mesmo a Grand Place está longe das enchentes habituais dos que visitam Bruxelas.