O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, admitiu nessa quinta-feira (7) que vai avaliar a possibilidade de reduzir a duração do mandato do Parlamento, onde a oposição tem maioria, se os deputados insistirem em diminuir o mandato presidencial.
"Vou avaliar com absoluta seriedade e prometo ao país que se vejo que há uma possibilidade para despejar os caminhos do golpismo e do uso da Assembleia Nacional, eu mesmo vou ativar [uma alteração da Constituição], se o povo me acompanhar", disse Maduro.
O presidente venezuelano falou durante encontro com simpatizantes do governo, que promoveram ontem uma marcha contra a Lei de Anistia aprovada pelo Parlamento e recolheram assinaturas para pedir a sua anulação.
Segundo Nicolás Maduro, é "pelo caminho da revolução" que os venezuelanos vão "estabilizar a pátria".
No dia 8 de março, a aliança Mesa de Unidade Democrática anunciou o lançamento do processo para a realização de um referendo de revogação do mandato presidencial de Maduro.
"Afastar Maduro é um passo, o nosso objetivo é construir uma Venezuela unida", afirmou o secretário executivo da aliança, Jesus Chuo Torrealba, acrescentando que a oposição vai avançar ainda com uma reforma constitucional para reduzir a duração do mandato presidencial de seis para quatro anos.
Segundo a oposição, antes do referendo sobre a revogação do mandato presidencial, será aprovada uma "lei de referendos" para "impedir o bloqueio ou a demora nesse mecanismo constitucional, que é um direito do cidadão".
A oposição pretende eleger um novo presidente até o fim deste ano.