A candidatura de Hillary Clinton à presidência dos Estados Unidos será oficializada na Convenção Nacional Democrata, que acontece na próxima semana, de 25 a 28 de julho. Antes do evento, a ex-secretária de Estado ainda tem um anúncio importante a fazer: quem será seu vice.
A expectativa é que esse anúncio seja feito no sábado, durante campanha na Flórida.
O recém-nomeado candidato republicano Donald Trump, que enfrentará Hillary nas urnas em 8 de novembro, escolheu o governador de Indiana, Mike Pence, para compor sua chapa. O objetivo aqui é compensar a reputação de "outsider" político do polêmico e pouco previsível magnata nova-iorquino com a experiência, a firmeza e as sólidas credenciais conservadoras de Pence.
Experiente no jogo político - trata-se, afinal, de uma ex-secretária de Estado, senadora por Nova York e primeira-dama -, será que Hillary escolherá uma grande estrela em detrimento da substância?
É improvável.
"Eu sou atormentada pelo gene da responsabilidade", disse Hillary à emissora CBS esta semana, afirmando que a pessoa que ela escolher precisa ser experiente o suficiente para ser capaz de "literalmente acordar um dia e ser presidente dos Estados Unidos".
Confira abaixo alguns dos nomes mais cotados:
- Tim Kaine (58 anos)
Ex-governador e atual senador pelo estado da Virgínia, é considerado pela imprensa americana como o grande favorito para acompanhar Hillary na corrida presidencial.
Católico e formado em Direito pela Universidade de Harvard, Kaine fala corretamente em espanhol, resultado de seus anos de juventude como missionário religioso. Exibe um sólido sexto sentido político, de acordo com pessoas próximas a ele.
"Nunca perdeu uma eleição", disse Hillary recentemente. "Foi prefeito e um governador de muito alto nível e é um dos senadores mais respeitados que conheço", acrescentou.
- Tom Vilsack (65 anos)
Um centrista dentro do Partido Democrata que pode ajudar a decidir a disputa no estado de Iowa, onde foi governador.
Atual secretário de Agricultura no governo de Barack Obama, tem uma imagem de funcionário de extrema solidez aliada a uma tendência a não desfrutar de estar no centro do palco.
Recentemente, no entanto, atraiu as atenções após um raivoso ataque contra o candidato republicano Donald Trump.
Trump, disse Vilsack, "é para a política o mesmo que Bernie Madoff foi para os investimentos. Ele vende às pessoas coisas que estas pessoas não entendem muito o que significa", disse.
Vilsak também tem a vantagem de ser um amigo de muitos anos da família Clinton, mas possui pouca experiência em matéria de política externa.
- Thomas "Tom" Pérez (54 anos)
Atual secretário de Trabalho de Obama, é um filho de imigrantes dominicanos, e desta forma pode contribuir para aproximar o voto latino, um segmento do eleitorado que de qualquer forma já parece estar do lado de Hillary na disputa presidencial.
Visto como um respeitado representante da esquerda do Partido Democrata, é um especialista em direitos civis e tem um excelente diálogo com os sindicatos.
Dono de um notável carisma, pode ajudar a atrair à campanha de Hillary os votos que na eleição primária correspondiam ao senador Bernie Sanders.
Em diversos momentos da campanha também foram mencionados os nomes de outros dois influentes políticos democratas de origem latina: o secretário de Habitação e Urbanismo Julián Castro (41 anos) e o legislador Xavier Becerra (58 anos), ambos de ascendência mexicana.
Castro e Becerra são formados em Direito pela Universidade de Stanford e falam espanhol fluentemente.
- James Stavridis (61 anos)
General reformado de quatro estrelas e ex-comandante supremo das forças da Otan.
Stavridis tem uma longa relação de amizade com os Clinton, especialmente com Hillary, desde a época em que a atual aspirante presidencial era secretária de Estado.
A presença de um militar desta patente ajudaria a esvaziar o discurso de Trump sobre uma suposta fragilidade dos democratas no campo militar e de segurança contra ameaças terroristas.
- Elizabeth Warren (67 anos)
Senadora pelo estado de Massachusetts, é uma ex-professora de Direito de Harvard. Extraordinária oradora, representa os setores mais progressistas do partido e é vista como uma das principais críticas à influência de Wall Street na política.
Até o início da campanha, Warren e Hillary não eram particularmente próximas. Hillary disse admirar a forma como Warren provoca constantemente Trump, com mensagens demolidoras no Twitter.
No entanto, resta saber se o Partido Democrata está pronto para apresentar uma chapa presidencial composta por duas mulheres.