A Coreia do Norte realizou nesta quinta-feira o que parece ter sido um novo teste de míssil de médio alcance, capaz de atingir as bases americanas na ilha de Guam, no Pacífico Norte.
O míssil, um Musudan, explodiu logo após o lançamento, às 6H30 locais (20H00 de Brasília, quarta-feira), informou o Estado-Maior Conjunto da Coreia do Sul.
Este é o segundo teste fracassado de um Musudan em menos de uma semana, mas especialistas avaliam que o míssil pode estar operacional no início do próximo ano.
O lançamento aconteceu depois de uma reunião em Washington entre os ministros sul-coreanos da Defesa e das Relações Exteriores com seus colegas americanos.
O secretário de Estado americano, John Kerry, afirmou que se a Coreia do Norte utilizar armamento nuclear ficará exposta a uma "resposta eficaz e contundente".
Kerry confirmou ainda a instalação de um escudo antimísseis americano na Coreia do Sul.
O Conselho de Segurança da ONU, que examina novas sanções contra Pyongyang em resposta ao quinto teste nuclear, realizado em 9 de setembro, condenou o lançamento de um Musudan no sábado, que também terminou em falha.
O Musudan é um míssil de fabricação norte-coreana, apresentado pela primeira vez em outubro de 2010, durante uma parada militar.
O armamento tem alcance de entre 2.500 e 4.000 km, com capacidade para atingir alvos na Coreia do Sul e no Japão, além de Guam.
"Nossas Forças Armadas condenam com firmeza as ações provocadoras contínuas da Coreia do Norte e estão preparadas para a eventualidade de novas provocações", afirma um comunicado do Estado-Maior sul-coreano.
Este ano foram registrados oito testes com este míssil. Apenas um teve sucesso, o de junho, quando o projétil percorreu 400 km e caiu no Mar do Japão.
O tiro de junho foi elogiado pelo líder norte-coreano, Kim Jong-Un, como um sucesso absoluto e prova da capacidade da Coreia do Norte para atacar bases americanas no Pacífico.
Analistas militares americanos acreditam que um teste bem sucedido do Musudan ajudaria a Coreia do Norte a desenvolver um míssil balístico intercontinental.
"Se continuarem neste ritmo, o míssil (...) poderá estar operacional no próximo ano, muito antes do que pensávamos", escreveu recentemente John Schilling, engenheiro aeroespacial, no site 38 North do Instituto Coreano-Americano da Universidade John Hopkins.
A multiplicação dos testes expõe a Coreia do Norte a acumular fracassos, mas também permite aprender com os erros, destacou o especialista.
Após o quarto teste nuclear do país, em janeiro, o Conselho de Segurança da ONU aprovou as sanções mais duras já aplicadas contra Pyongyang, em particular contra as exportações de mineração e com um reforço das restrições bancárias.
O Conselho de Segurança discute atualmente sanções contra a indústria nuclear e balística norte-coreana, de acordo com fontes diplomáticas.