Donald Trump usa seu clube de golfe para escolher auxiliares

Personalidades políticas e militares desfilaram em um clube de golfe de Trump para falar com um grupo restrito de assessores que está coordenando a seleção da equipe
ABr
Publicado em 21/11/2016 às 7:42
Personalidades políticas e militares desfilaram em um clube de golfe de Trump para falar com um grupo restrito de assessores que está coordenando a seleção da equipe Foto: Foto: TY WRIGHT / GETTY IMAGES NORTH AMERICA / AFP


O presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, transformou o processo de escolha de seus principais auxiliares em um espetáculo para a televisão. Faltando ainda 15 postos de alto escalão para serem preenchidos, dezenas de personalidades políticas e militares desfilaram no fim de semana em um clube de golfe, área de alto luxo nas colinas de Somerset, no estado de Nova Jersey, de propriedade de Donald Trump, para falar com um grupo restrito de assessores que está coordenando a seleção da equipe que vai governar os Estados Unidos a partir de 20 de janeiro de 2017.

Donald Trump informou, pelo Twitter, que o general reformado James Mattis está sendo cogitado para ser o secretário de Defesa. Alguns nomes já foram escolhidos e outros serão anunciados nas próximas 48 horas. Apesar do espetáculo de pessoas passeando pelas suas propriedades, Donald Trump está evitando aparecer em público. Desde que foi eleito, ele não fala com os repórteres que fazem a cobertura da transição de governo e só manifesta suas opiniões sobre o atual momento de escolha de auxiliares pelo Twitter ou por e-mail. Ele só deu uma entrevista para o programa 60 Minutos, da CBS News.

Na ausência de Trump, quem às vezes fala sobre o andamento da escolha dos auxiliares é o vice-presidente eleito, Mike Pence, que coordena a equipe de transição. Em entrevista à emissora de televisão Fox News, Pence disse que Mitt Romney, que foi candidato pelo Partido Republicano à presidência dos Estados Unidos em 2012, está sendo considerado seriamente como o provável nome que vai ocupar o posto de secretário de Estado.

Mitt Romney estava afastado da política. Mas, no início da campanha eleitoral deste ano, ele criticou duramente a linguagem utilizada por Donald Trump em relação à política exterior. "Donald Trump é um charlatão, uma fraude. Suas promessas não valem mais do que um diploma da Universidade Trump", disse ele, em uma referência à instituição universitária de propriedade de Donald Trump.

Ao contrário de Trump, que costuma se exaltar quando fala em público, Romney é um discreto seguidor da religião mórmon. Quando faz discursos, usa uma linguagem polida e escolhe as palavras com bastante cuidado.

Auxiliares

Entre os auxiliares já escolhidos, o novo ministro da Justiça, Jeff Sessions, se destaca por ter uma posição política voltada para a extrema direita. Senador pelo estado do Alabama, 67 anos, Jeff inclusive apoiou a invasão dos Estados Unidos ao Iraque em 2003, decisão hoje condenada por Donald Trump, que chamou a invasão de "estupidez terrível".

Deputado pelo estado de Kansas, Mike Pompeo, o novo diretor da CIA, a agência de inteligência dos Estados Unidos, é outro político de extrema direita que criticou duramente o acordo nuclear com o Irã, celebrado pelo presidente Barack Obama, e defendeu o polêmico programa de coleta de dados em massa da Agência Nacional de Segurança. Pompeo se diz contrário ao fechamento da prisão de Guantanamo. Depois de visitar o local em 2013, afirmou que alguns detentos que faziam greve de fome pareciam ter engordado.

Já o general Michael Flynn , que será o conselheiro de Segurança Nacional de Donald Trump, é conhecido por suas ideias contra os muçulmanos. Segundo ele, o medo do ocidente em relação aos muçulmanos é uma atitude "racional" e justifica a guerra que, na sua opinião, deve ser feita  contra o islamismo radical.

Reince Priebus será o chefe de Gabinete de Donald Trump. Ele foi lider do Comitê Nacional Republicano e responsável pela aceitação do então candidato Trump pela cúpula do Partido Republicano.

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