O governo sírio acusou nesta sexta-feira Israel de ter bombardeado o aeroporto militar na região de Mazzé, perto de Damasco, informou a agência de notícias oficial Sana.
Citando uma "fonte militar", a agência declarou que "a aviação israelense disparou mísseis durante a noite de quinta-feira", a partir das colinas de Golã ocupado contra o aeroporto de Mazzé, um subúrbio a oeste de Damasco, provocando incêndios.
"As forças armadas sírias advertem o inimigo israelense sobre as repercussões desta agressão flagrante e afirmam que têm a intenção de prosseguir sua guerra contra o terrorismo até a erradicação desta praga", acrescentou a fonte, sem informar sobre vítimas.
A fonte acusa Israel de apoiar "organizações terroristas" envolvidas na guerra na Síria. A terminologia oficial síria classifica de "terroristas" os rebeldes e as organizações extremistas contra as quais o regime do presidente Bashar al-Assad luta.
Perguntado pela AFP, o exército israelense não quis comentar as explosões em Mazzé.
Segundo o Observatório Sírio dos Direitos Humanos (OSDH), "os disparos de mísseis atingiram os depósitos de munição de Mazzé e provocaram oito explosões".
O aeroporto militar de Mazzé, situado a oito quilômetros de Damasco, abriga os serviços de inteligência da força aérea.
Os atentados não são comuns em Damasco e arredores, reduto do regime.
Em 16 de dezembro, no último atentado na capital, foi detonado à distância um cinturão de explosivos colocado em uma menina de sete anos que entrou em uma delegacia.
No campo diplomático, a Rússia concordou que os Estados Unidos assistam às conversas de paz sobre a Síria, que acontecem em 23 de janeiro na capital do Cazaquistão - informou o ministro turco das Relações Exteriores, Mevlut Cavusoglu, na noite de quinta-feira.
"Os Estados Unidos definitivamente deveriam ser convidados, e foi isso o que acordamos com a Rússia", disse o ministro à imprensa, em Genebra, depois de uma conferência internacional sobre o Chipre.
No mês passado, Rússia e Turquia acertaram um cessar-fogo, sem envolver os Estados Unidos. Washington já havia mediado tréguas anteriores.
O cessar-fogo começou em 30 de dezembro e levou alívio ao país. Em algumas áreas, porém, os confrontos continuaram.
A trégua começou em 30 de dezembro e deu um respiro ao país, apesar de em algumas zonas prosseguirem os combates.
"Precisamos manter o cessar-fogo", disse Cavusoglu, acrescentando que "isso é essencial para as conversas de Astana".
O ministro turco das Relações Exteriores disse que os convites para a mesa de diálogo serão enviados semana que vem e que Washington deve estar presente.
"Ninguém pode ignorar o papel dos Estados Unidos. E isso é uma posição de princípios para a Turquia", afirmou.
"Os que contribuíram, ou que vão contribuir, deveriam estar lá, e não apenas para as fotos de família. Já sabem o que quero dizer", completou.
O objetivo das conversas é "alcançar uma solução política, que é a melhor solução".