Buscas do voo da Malaysia Airlines desaparecido em 2014 são suspensas

O avião sumiu dos radares com 239 pessoas a bordo. A associação de famílias das vítimas e declarou consternada com a suspensão das buscas
AFP
Publicado em 17/01/2017 às 9:59
O avião sumiu dos radares com 239 pessoas a bordo. A associação de famílias das vítimas e declarou consternada com a suspensão das buscas Foto: MANAN VATSYAYANA / AFP


As operações submarinas de busca no oceano Índico do avião da Malaysia Airlines (voo MH370), que desapareceu misteriosamente há quase três anos, foram suspensas, anunciaram nesta terça-feira (17) os governos de Austrália, Malásia e China.

O Boeing 777 sumiu dos radares no dia 8 de março de 2014 com 239 pessoas a bordo, pouco depois de decolar de Kuala Lumpur com destino a Pequim.

Este desaparecimento é um dos maiores mistérios da história da aviação civil.

"A aeronave não pôde ser localizada" na zona de buscas, de 120.000 quilômetros quadrados, "apesar de todos os esforços realizados com ajuda da ciência disponível, de tecnologia de ponta e dos conselhos de profissionais extremamente competentes", disse o comunicado.

"A busca do MH370 foi, portanto, suspensa", acrescentou.

A Malásia já havia anunciado o fim destas operações há duas semanas.

Até agora, não foi encontrado nenhum indício da presença da aeronave. 

No entanto, vinte pedaços descobertos no litoral do oceano Índico, diante da costa da África do leste - perto da atual zona de buscas - foram identificados como provavelmente pertencentes ao Boeing 777 da Malaysia Airlines.

Em dezembro, as autoridades australianas haviam considerado que os destroços do avião provavelmente não estavam na zona de buscas de 120.000 km2.

Os especialistas identificaram outra zona provável, esta de 25.000 quilômetros quadrados. 

Mas tanto a Austrália quanto a Malásia consideram que as possibilidades de encontrar a aeronave ali não eram suficientes para ampliar as operações.

- Famílias consternadas -

A decisão de suspender as buscas "não foi tomada tranquilamente, nem sem tristeza", ressaltou o comunicado dos três países.

"Não perdemos a esperança de que um dia sejam obtidas novas informações e de que em algum momento no futuro a aeronave seja localizada", acrescentou.

Mas a associação de famílias das vítimas, Voice 370, se declarou consternada com a suspensão das buscas.

"Do nosso ponto de vista, a continuação das buscas é um dever inquestionável do ponto de vista do interesse público e da segurança aérea", declarou a Voice 370 em um comunicado.

"Não se pode aceitar que os aviões de passageiros desapareçam sem deixar rastros", acrescenta o comunicado.

A Voz 370 muitas vezes se queixou da falta de coordenação das operações de buscas no Oceano Índico e no litoral africano. Parentes das vítimas se reuniram no início de dezembro em Madagascar para tentar encontrar eles mesmos algum destroço.

Segundo um relatório australiano, a análise dos restos encontrados na costa da Tanzânia sugeriu que a aeronave não estava em posição pouso antes de afundar no oceano.

As especulações em torno desse desaparecimento permanecem concentradas principalmente em uma falha mecânica ou estrutural, um tomada de reféns ou um ato terrorista, mas nada até agora apoia um ou outro cenário. 

O mistério também tem alimentado uma série de teorias da conspiração.

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