Helicóptero de resgate cai no centro da Itália após avalanche

Todos os passageiros morreram, pois o helicóptero voava em meio a difíceis condições climáticas, sobretudo em razão da névoa
AFP
Publicado em 24/01/2017 às 19:47
Todos os passageiros morreram, pois o helicóptero voava em meio a difíceis condições climáticas, sobretudo em razão da névoa Foto: Foto: AFP


Seis pessoas morreram nesta terça-feira (24) na queda de um helicóptero que trabalhava no resgate de um esquiador em Campo Felice, nos Abruzos, centro da Itália, uma tragédia que se soma à avalanche que devastou um hotel na mesma região na semana passada.

Todos os passageiros morreram, pois o helicóptero voava em meio a difíceis condições climáticas, sobretudo em razão da névoa, que atinge esta região há mais de vinte dias.

"Seis pessoas morreram no acidente. As equipes de resgate encontraram seus cadáveres espalhados na neve", disse à AFP o porta-voz da polícia da cidade de L'Aquila.

Nestas missões de resgate os helicópteros dos serviços de emergência contam com cinco membros: dois pilotos, um médico, uma enfermeira e um socorrista alpinista.

A sexta vítima era o esquiador, que havia acabado de ser resgatado em Campo Felice, uma estação situada a pouco mais de uma hora de carro da capital.

O helicóptero não fazia parte da equipe de socorristas que trabalha no vasto dispositivo de emergência acionado depois da histórica nevasca da semana passada, o terremoto e a avalanche de quarta-feira que deixou 17 mortos e 12 desaparecidos.

Há uma semana, milhares de militares, bombeiros, alpinistas e voluntários da Defesa Civil atuam nesta região montanhosa, a cerca de 150 km de Roma, assolada por uma série de calamidades naturais.

Do outro lado da cordilheira dos Apeninos, a 120 quilômetros do acidente de helicóptero, as equipes de emergência continuam escavando incansavelmente em uma tentativa desesperada de encontrar pessoas com vida debaixo dos escombros do hotel Rigopiano.

Escavando dia e noite

Mais cinco corpos foram recuperados nesta terça-feira entre os escombros do hotel, aumentando o número de vítimas fatais para 17.

"Vamos parar de buscar somente quando tivermos a certeza de que não há ninguém sob os escombros", prometeu à imprensa Luigi D'Angelo, um dos responsáveis da Defesa Civil.

"Estamos quase no coração da estrutura, a zona compreendida entre a cozinha, o bar e o lobby. Vamos continuar até encontrarmos todo mundo", explicou.

Os socorristas tentam derrubar o espesso muro que separava a cozinha do bar do hotel, onde acreditam que se encontrava um grupo de hóspedes.

Após o resgate na sexta-feira de nove sobrevivente depois de 48 horas do acidente e a descoberta na segunda-feira de três filhotes de cachorro vivos, a possibilidade de encontrar pessoas ainda com vida diminui com o passar das horas, pois os socorristas começam a encontrar apenas cadáveres.

Em Farindola, dezenas de pessoas assistiram ao funeral de Alessandro Giancaterino, de 42 anos, chefe dos garçons e irmão do ex-prefeito da cidade, Massimiliano Giancaterino, que autorizou há dez anos a remodelação e ampliação do hotel, hoje em dia fortemente questionada por sua localização.

Em Penne, outra localidade próxima, foi realizado nesta terça o funeral de Gabriele D'Angelo, um garçom de 31 anos.

Nesta terça-feira, o jogador da Juventus Paulo Bruno Exequiel Dybala telefonou para duas crianças hospitalizadas, cujos pais faleceram ou continuam desaparecidos, para convidá-los para ver uma partida em Turim.

A Justiça italiana abriu uma investigação por homicídio para saber se a tragédia poderia ter sido evitada e se há responsáveis pelo caso.

Na segunda-feira, a procuradora de Pescara, Cristina Tedeschini, explicou que houve "uma cadeia de ineficiências e interferências" na comunicação entre os responsáveis que tinham que gerir a emergência.

Entretanto, a magistrada reconheceu que ainda não se pode determinar se uma melhor organização teria salvado vidas.

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