A presidente destituída da Coreia do Sul, Park Geun-hye, negou ter cometido qualquer irregularidade e expressou objeção contra as alegações contra ela ao deixar o palácio presidencial e retornar a sua casa dois dias depois que a Corte Constitucional a retirou do cargo.
Em seus primeiros comentários públicos desde a decisão do tribunal, Park disse em comunicado: "Embora leve tempo, acredito que a verdade certamente virá à tona". A declaração foi lida a jornalistas por Min Kyungwook, legislador de seu partido político e também seu ex-porta-voz. Park expressou gratidão aos seus apoiadores e pediu desculpas por não cumprir o seu "dever como presidente".
Park provavelmente enfrentará uma investigação em breve por promotores por suspeitas de conluio da presidente com a amiga Choi Soon-sil, que está presa, para extorquir dinheiro e favores de empresas e de que teria permitido que a amiga secretamente interferisse em assuntos de Estado. Park já não tem imunidade e pode enfrentar acusações criminais de extorsão, suborno e abuso de poder.
O Tribunal Constitucional da Coreia do Sul retirou formalmente Park do cargo na sexta-feira (10), confirmando uma ação de impeachment apresentada pelos legisladores em dezembro, que se seguiu a semanas de protestos de milhões de pessoas. A decisão encerrou uma luta por poder que consumiu a nação por meses. Park derrotou nas eleições de 2012 o seu oponente liberal com o apoio esmagador de sul-coreanos mais velhos, que consideravam o seu pai, Park Chung-hee, que foi ditador no país, como herói.
Park deixou o palácio presidencial e se dirigiu à sua casa no domingo à noite (horário local) e foi recebida por centenas de apoiadores, que cantaram seu nome, agitaram a bandeira do país e fotos de Park e de seu pai, cantando o hino nacional e gritando "Anulem o impeachment!".
Ela sorriu e acenou de dentro de um sedã preto enquanto o carro se aproximava da casa com guarda-costas protegendo o veículo. Park conversou brevemente com alguns membros do Grande Partido Nacional antes de entrar em casa. Ela já havia pedido desculpas por depositar confiança em sua amiga Choi Soon-sil, mas negado com firmeza ter cometido qualquer irregularidade.
A Coreia do Sul deve eleger um novo presidente no início de maio. As pesquisas de opinião mostram o liberal Moon Jae-in, que perdeu para Park em 2012, como o favorito para se tornar o novo líder do país.