Papa: suprimir empregos pode ser um 'pecado gravíssimo'

"O trabalho dá dignidade, os empresários e os líderes políticos têm a obrigação de fazer todo o possível para que todo homem e mulher possa trabalhar e caminhar com a cabeça erguida", disse o Papa
AFP
Publicado em 15/03/2017 às 11:30
"O trabalho dá dignidade, os empresários e os líderes políticos têm a obrigação de fazer todo o possível para que todo homem e mulher possa trabalhar e caminhar com a cabeça erguida", disse o Papa Foto: Foto: Alberto Pizzoli/AFP


O papa Francisco advertiu nesta quarta-feira a empresários e autoridades públicas que quem fecha fábricas e elimina empregos comete "um pecado gravíssimo".

"O trabalho dá dignidade, os empresários e os líderes políticos têm a obrigação de fazer todo o possível para que todo homem e mulher possa trabalhar e caminhar com a cabeça erguida, olhando nos olhos das pessoas", afirmou o Papa durante a tradicional audiência-geral de quarta-feira na Praça de São Pedro.

Demissões

As palavras do Papa, de improviso, foram dirigidas aos empregados da operadora de TV Sky Itália, que protestam contra a demissão de 200 pessoas e a transferência de outras 300, apesar de a empresa ter registrado lucros.

"Quem fecha fábricas e empresas para fazer negócios pouco claros e deixa pessoas sem emprego comete um pecado gravíssimo", afirmou em tom sério e fora do texto preparado.

"Penso de forma especial nos funcionários da Sky Itália e espero que sua situação trabalhista encontre uma solução rápida, respeitando os direitos de todos, especialmente o das famílias", acrescentou, em meio a aplausos.

Em várias ocasiões, o Papa, muito sensível à questão do desemprego depois de ter vivido a crise econômica de sua Argentina natal em 2001, defendeu o que chamou de três T: trabalho, terra e teto e criticou o atual sistema econômico, que caiu "na idolatria do Deus dinheiro".

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