A oposição da Venezuela está exortando outros países latino-americanos a pressionarem o governo do presidente Nicolás Maduro a implementar uma "agenda democrática", disse nesta quinta-feira (11) o líder oposicionista Julio Borges. As informações são da agência Reuters.
Borges, presidente da Assembleia Nacional, de maioria da opositora, viajou a Lima para se encontrar com parlamentares peruanos e com o presidente do país, Pedro Pablo Kuczynski, que tem sido um dos críticos mais contundentes de Maduro entre os chefes de Estado da América Latina. O Peru convocou seu embaixador em Caracas no final de março.
"O pedido que estou trazendo ao Congresso e ao presidente peruanos é que nos ajudem, juntamente com outros presidentes com os quais conversei, a criar um grande grupo de presidentes que são amigos e proponentes da democracia na Venezuela. É importante que consigamos que vários governos da região se unam no curto prazo para fazer com que na Venezuela não exista nada além de uma agenda popular e democrática", disse Borges.
Ele declarou que a crise humanitária e os protestos intensos contra o governo socialista de Maduro atravessaram as fronteiras venezuelanas, provocando uma onda de refugiados em toda a região.
A Venezuela já testemunha mais de cinco semanas de passeatas antigoverno que deixaram ao menos 39 mortos. Ainda nesta quinta-feira (11), centenas de opositores venezuelanos participaram de uma passeata no leste de Caracas em homenagem ao jovem Miguel Castillo, que morreu ontem em um protesto contra o governo, após ser ferido por uma arma de fogo.
Borges disse que a estratégia dos protestos de rua e de clamores por pressão internacional visam "romper a consciência das Forças Armadas e dos grupos políticos" que ainda apoiam Maduro e evitar mais mortes. A oposição condena Maduro por vê-lo como um autocrata que arruinou a economia do país e exige eleições para resolver a crise política.