Empresa que certificou próteses PIP terá que pagar indenizações

O escândalo das próteses mamárias da companhia francesa Poly Implant Prothèse estourou em março de 2010
AFP
Publicado em 12/05/2017 às 13:59
O escândalo das próteses mamárias da companhia francesa Poly Implant Prothèse estourou em março de 2010 Foto: Foto: Anne-Christine Poujoulat/AFP


Uma corte de apelação francesa rejeitou o pedido de suspensão de execução de pena da empresa certificadora alemã TÜV, condenada a pagar 60 milhões de euros a 20.000 pessoas que a processaram no caso das próteses mamárias PIP.  

Esta decisão obriga a empresa alemã a pagar 3.000 euros a cada demandante, antes de que seja conhecido o resultado de um procedimento de apelação, explicaram em um comunicado dois advogados das demandantes, Olivier Aumaître e Deborah Roilette Gignoli.

"Exigiremos que os pagamentos sejam feitos rapidamente, caso contrário pediremos às instituições europeias que suspendam suas atividades de certificação com a TÜV Rheinland", disse por sua vez à AFP Laurent Gaudon, que representa outras 7.000 demandantes.

A TÜV Rheinland e sua filial francesa "vão fazer os pagamentos provisórios após a decisão" da justiça, anunciou a empresa certificadora, encarregada de supervisionar as próteses mamárias PIP, em um comunicado.

Esta empresa alemã foi condenada em janeiro por um tribunal francês a indenizar com 60 milhões de euros a 22.000 demandantes, em sua maioria latino-americanas, já que não verificou "a adequação entre a aquisição dos diversos componentes necessários e fabricação dos implantes mamários". 

O escândalo das próteses mamárias da companhia francesa Poly Implant Prothèse (PIP) estourou em março de 2010, quando se soube que a empresa utilizava um gel de silicone no homologado para uso médico em vez do gel Nusil autorizado, que declarava empregar. 

A certificadora alemã se limitava a controlar os documentos da fabricante, e não o silicone utilizado.

Muitas das próteses mamárias foram vendidas na América Latina.

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