A Coreia do Norte desmentiu enfurecidamente nesta sexta-feira (19) os relatos que ligam o regime ao ciberataque global que atingiu milhares de computadores pedindo um resgate virtual.
Mais de 300.000 computadores em 150 países foram afetados pelo vírus WannaCry, que se apodera dos sistemas e demanda um pagamento em Bitcoins para devolver o controle aos usuários.
O código usado no último ataque é similar ao empregado em outros ciberataques atribuídos ao regime de Kim Jong-Un, criando suspeitas sobre a ligação com Pyongyang.
Mas a Coreia do Norte negou as alegações, feitas - mas não somente - por especialistas sul-coreanos, e que voltaram à tona nesta sexta-feira ao acusar seus oponentes de fazer este tipo propaganda.
"Isso é ridículo", disse aos jornalistas o vice-embaixador da Coreia do Norte na ONU, Kim In-Ryong, sugerindo que Washington e Seul estariam por trás das acusações.
"Sempre que alguma coisa estranha acontece, a forma estereotipada dos Estados Unidos e das forças hostis é iniciar uma barulhenta campanha contra a RPDC".
A empresa de segurança informática Hauri, de Seul, conhecida por seus inúmeros dados sobre as atividades de hackers de Pyongyang, estava sendo alertada sobre ataques de "ransomwares" desde o ano passado.
Simon Choi, funcionário da empresa, disse à AFP que o malware WannaCry compartilhou códigos e ferramentas usados para atingir a Sony Pictures e Bangladesh em ataques anteriores atribuídos à Coreia do Norte.
Pesquisadores nos Estados Unidos, na Rússia e em Israel também apontaram para uma potencial relação com a Coreia do Norte, mas é difícil relacionar isto com os ciberataques.
O pesquisador da Google Neel Mehta mostrou semelhanças entre o WannaCry e os códigos usados pelo grupo de hackers Lazarus, que muitos acreditam estar ligado a Pyongyang.