Milhares de muçulmanos palestinos seguiram para Jerusalém, sob extrema proteção policial, para participar na primeira grande oração de sexta-feira do Ramadã, o mês sagrado de jejum e oração, na sensível Esplanada das Mesquitas.
No início da manhã, homens e mulheres, separados, chegavam de modo ininterrupto ao posto de controle israelense fortificado de Qalandia, principal ponto de passagem par os palestinos entre a Cisjordânia ocupada e Jerusalém, para seguir até a Esplanada das Mesquitas, alguns quilômetros mais ao sul.
Muitos levavam tapetes para o rito e, alguns, cadeiras dobráveis. Tendas foram posicionadas para proteger a multidão do sol à espera dos controles.
Um pouco afastados, dezenas de jovens, impedidos de entrar no local, observavam o fluxo.
Kefaya Shrideh, de 40 anos, moradora de Nablus, destacou a importância da primeira sexta-feira de oração do Ramadã em Jerusalém.
"É importante para nós que possamos rezar em Al-Aqsa e não abandoná-la, pois temos medo de que os judeus a tomem", disse, ao expressar a inquietação que predomina entre os muçulmanos palestinos, que temem um controle total de Israel na Esplanada das Mesquitas, terceiro local sagrado do islã, chamada de Al Aqsa.
"É um dever e uma obrigação religiosa rezar em Al-Aqsa independente das dificuldades e dos obstáculos", insistiu Abdeljawad Najjar, 61 anos, também de Nablus, em referência às restrições de acesso impostas por Israel.
A esplanada, símbolo nacional e religioso intangível para os palestinos, fica na Cidade Antiga de Jerusalém Oriental, a parte palestina da cidade ocupada e anexada por Israel. A tomada de Jerusalém Oriental por Israel na Guerra dos Seis Dias completa 50 anos em 2017 - os árabes chamam de Guerra de Junho de 1967.
A esplanada, no centro do conflito israelense-palestino, catalisa de maneira crônica as tensões. Todos os acessos são controlados pelas forças israelenses. Mas o local permanece sob a custódia de guardas jordanianos por motivos históricos.
O local é muito sensível porque também é venerado pelos judeus, que o chamam de Monte do Templo. Eles têm o direito de visitar, mas não de rezar na área.
Nesta sexta-feira policiais estavam posicionados em todos os acessos da Cidade Antiga e da esplanada. As forças de segurança anunciaram a mobilização de milhares de agentes para controlar as dezenas de milhares de fiéis que deveria comparecer à oração.