O governo da Austrália manifestou preocupação nesta segunda-feira (5) com o perigo potencial do retorno ao sudeste asiático dos extremistas que lutaram no Oriente Médio, que voltariam à região com treinamento militar, mais radicalizados e frustrados.
Durante uma reunião na Austrália, o chefe do Pentágono, Jim Mattis, o secretário de Estado americano, Rex Tillerson, e suas colegas australianas, Marise Payne e Julie Bishop, analisaram a ameaça.
A advertência foi feita depois de um atentado em Londres, no sábado (3) à noite, reivindicado pelo grupo Estado Islâmico (EI) que deixou sete mortos de dezenas de feridos.
O presidente filipino, Rodrigo Duterte, já falou diversas vezes que o EI tenta avançar no sul de seu país, onde o governo decretou lei marcial.
De acordo com dados do ministério da Defesa da Indonésia, quase 1.200 combatentes do EI estão presentes nas Filipinas.
"Os combatentes do EI voltarão com conhecimentos bélicos, retornarão com uma ideologia reforçada, vão voltar com raiva, frustrados e precisamos ser conscientes disto", afirmou a ministra da Defesa da Austrália, Marise Payne.
A ministra fez as declarações no início de uma reunião com o chefe do Pentágono, Jim Mattis, na presença do secretário de Estado americano, Rex Tillerson, e de Julie Bishop, ministra australiana das Relações Exteriores.
Ao falar sobre o atentado de Londres, Mattis disse: "Estamos unidos (...) em nossa resolução, inclusive diante de um inimigo que acredita que nos ferindo pode nos assustar. Mas não temos medo".
O presidente americano, Donald Trump, ordenou ao Pentágono para "aniquilar" o EI, com o objetivo de impedir que os combatentes estrangeiros possam escapar e voltar a seus países de origem à medida que o grupo perde espaço no Iraque e na Síria.
Bishop disse aos representantes dos Estados Unidos que o tema será um dos principais da agenda este ano.
"A ameaça global do terrorismo está sempre evoluindo e vimos ataques brutais em várias cidades europeias, desbaratamos ataques aqui na Austrália", disse.
As autoridades australianas afirmam que impediram 12 ataques em seu território desde 2014, em operações com 60 indiciados.