Estado Islâmico se reorganizou e está 'focado' em atacar a Europa

Anúncio foi feito por alto funcionário da ONU. Nos últimos dois anos, grupo terrorista reivindicou uma série de ataques em países da Europa como França, Alemanha e Inglaterra
AFP
Publicado em 08/06/2017 às 19:10
Anúncio foi feito por alto funcionário da ONU. Nos últimos dois anos, grupo terrorista reivindicou uma série de ataques em países da Europa como França, Alemanha e Inglaterra Foto: Foto: AFP


Apesar das derrotas no Iraque e na Síria, o grupo extremista Estado islâmico (EI) se reorganizou e agora está "mais focado do que nunca" em atacar a Europa e outras áreas fora dessa zona de conflito, disse um alto funcionário da ONU na quinta-feira (8). 

"Apesar da pressão militar contínua, o EI continua resistindo, particularmente em Mossul e Raqa", disse o subsecretário-geral para Assuntos Políticos da ONU, Jeffrey Feltman. 

"Ao mesmo tempo, o EI reorganizou sua estrutura militar, dando mais poder aos comandantes locais, e está mais focado do que nunca em possibilitar e inspirar ataques fora das zonas de conflito", acrescentou. 

Em um pronunciamento ante o Conselho de Segurança da ONU, Feltman citou ataques recentes na Bélgica, Reino Unido, França, Alemanha, Rússia, Suécia e Turquia. 

O grupo publicou menos mensagens nas redes sociais nos últimos 16 meses, mas "a ameaça persiste conforme militantes fora da Síria e do Iraque se reúnem e redistribuem essa propaganda". 

O número total de combatentes do EI e suas receitas também caíram durante o mesmo período, acrescentou Feltman. 

Mas o grupo pode contar com milhões de dólares por mês gerados com a venda de petróleo, extorsão, sequestro, tráfico de antiguidades e mineração em territórios que controlam. 

Enquanto o número de combatentes estrangeiros recrutados pelo EI também diminuiu, "os repatriados e a realocação de combatentes das zonas de conflito para outras regiões agora representam uma ameaça considerável à paz internacional", disse Feltman. 

Ele pediu vínculos reforçados entre o sistema das Nações Unidas e os atores regionais para apoiar os Estados do G5 Sahel - Burkina Faso, Chade, Mali, Mauritânia e Níger - em seus esforços de combate ao terrorismo. 

Na terça-feira, a França pediu ao Conselho de Segurança da ONU que autorize a implantação de uma força militar africana de cinco países para lutar contra extremistas violentos e traficantes de drogas no Sahel. 

Os Estados do G5 Sahel concordaram em março em criar a operação especial de combate ao terrorismo de 5.000 efetivos para a região. 

"É importante que o Conselho de Segurança se una em apoio a esse projeto", afirmou o embaixador francês, Francois Delattre. 

"Mais uma vez, no terrorismo, não há lugar para desunião. Portanto, não podemos imaginar que o conselho não apoie totalmente nosso projeto", acrescentou. 

EUA

Diplomatas dizem que os Estados Unidos resistiram em financiar essa força durante as discussões iniciais.

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