O Parlamento japonês aprovou, nesta sexta-feira (9), uma lei que permite ao imperador Akihito abandonar o trono, o que possibilitará o caminho para a primeira abdicação no Japão em mais de 200 anos.
Em pronunciamento transmitido pela televisão em agosto do ano passado, Akihito, de 83 anos, surpreendeu, ao dar a entender que, por causa de sua idade, poderia se tornar incapaz de manter seu papel de "símbolo da nação e da unidade do povo".
A lei se aplica apenas a ele, que deverá ceder o trono a seu filho mais velho, príncipe Naruhito, em uma data estipulada por decreto em um prazo de três anos após sua promulgação.
O príncipe Naruhito sugeriu em fevereiro passado que está disposto a assumir a função de seu pai, mas em virtude da lei que rege a Casa Imperial, o imperador do Japão não está autorizado a abandonar o trono em vida, opção aberta excepcionalmente agora.
Não se espera uma abdicação até pelo menos o final de 2018, segundo a imprensa japonesa. Se tudo ocorrer como o previsto, Akihito deve entregar o trono do Crisântemo no início de 2019.
Akihito, filho do imperador Hirohito, subiu ao trono em janeiro de 1989, logo após a morte do pai, que viu seu status mudar em 1947, com a entrada em vigor da Constituição promovida pelo ocupante americano após a Segunda Guerra Mundial.