Câmara de Representantes dos EUA aprova sanções contra Rússia, Irã e Coreia do Norte

Projeto de lei com sanções contra Rússia, Irã e Coreia do Norte será agora analizado pelo Senado dos Estados Unidos
AFP
Publicado em 25/07/2017 às 19:14
Projeto de lei com sanções contra Rússia, Irã e Coreia do Norte será agora analizado pelo Senado dos Estados Unidos Foto: CHIP SOMODEVILLA / GETTY IMAGES NORTH AMERICA / AFP


A Câmara de Representantes dos Estados Unidos aprovou nesta terça-feira um projeto de lei que impõe novas sanções contra Rússia, Irã e Coreia do Norte, e que agora será analisado pelo Senado.

O texto justifica as sanções contra a Rússia por sua suposta interferência durante a campanha eleitoral nos EUA no ano passado, e atribui às sanções ao Irã e à Coreia do Norte a seus programas de armamentos.

A proposta foi aprovada por 419 votos contra 3.

De acordo com o presidente da Câmara de Representantes, Paul Ryan, o pacote se propõe a "ajustar os encaixes em relação aos nossos mais perigosos adversários para manter os americanos seguros".

O legislador conservador Ed Royce assinalou que "os serviços de inteligência já chegaram à conclusão de que este ex-agente da KBG [Vladimir Putin] tentou interferir em nossa eleição". "Se não fizermos nada, a Rússia continuará com sua agressão".

Este projeto de lei inclui um mecanismo que limita a capacidade do presidente Donald Trump de evitar a aplicação de sanções à Rússia.

Após a confirmação do projeto no Senado, a única opção que restará a Trump para manter sua margem de manobra será vetar a medida.

Em junho, o Senado aprovou a nova bateria de sanções por 98 vostos a dois.

O projeto é amplo e inclui também sanções ao Irã, especialmente contra os Guardiões da Revolução, acusados de apoiar o terrorismo, e à Coreia do Norte, por seus testes nucleares.

O texto prevê um ponto inédito que incomoda particularmente a Casa Branca: os parlamentares poderão impedir que o presidente, que disse que se dá "muito, muito bem" com Putin, eventualmente suspenda as sanções contra Moscou.

- Incômodo na Europa -

De Paris a Berlim, passando por Bruxelas, a iniciativa do Congresso americano causa incômodo por ser unilateral, sem coordenar com a União Europeia (UE), como havia sido até agora no caso das sanções à Rússia.

A lei também poderá sancionar empresas europeias que trabalhem em oleodutos provenientes da Rússia, e como consequência poderiam ser impedidas de apresentar licitações públicas nos Estados Unidos.

"A unidade do G7 a respeito das sanções é de importância primordial", disse na segunda-feira a porta-voz da Comissão Europeia, Margaritis Schinas.

Schinas também relembrou que o presidente da Comissão, Jean-Claude Juncker, disse na recente cúpula do G20 que a UE está pronta para responder.

Os Estados-membros discutirão uma resposta durante uma reunião na quarta-feira, em Bruxelas.

Até agora, Washington e Bruxelas fixaram uma linha vermelha, destacando que nenhuma sanção afetaria o fornecimento energético da Europa.

Em uma aparente concessão, a Câmara Baixa modificou ligeiramente, na segunda-feira, um artigo de maneira que apenas é dirigido aos oleodutos cuja origem é na Rússia, deixando fora das sanções os que começam no Cazaquistão e só atravessam o território russo.

O projeto tampouco caiu bem ao Kremlin, que advertiu que as sanções prejudicam "os interesses de nossos dois países".

TAGS
Rússia irã coreia do norte sanções
Veja também
últimas
Mais Lidas
Webstory