Ataque 'terrorista' deixa oito mortos em Nova York

Oito pessoas morreram nesta terça-feira (31) depois de um homem jogar sua caminhonete contra ciclistas e pedestres em Nova York
AFP
Publicado em 31/10/2017 às 22:33
Oito pessoas morreram nesta terça-feira (31) depois de um homem jogar sua caminhonete contra ciclistas e pedestres em Nova York Foto: Foto: AFP


Oito pessoas morreram nesta terça-feira (31) depois de um homem jogar sua caminhonete contra ciclistas e pedestres em Nova York, em "um ato de terrorismo" em Manhattan, de acordo com o prefeito Bill de Blasio. Outras 11 pessoas ficaram gravemente feridas.

"Com base na informação de que dispomos no momento, trata-se de um ato de terrorismo (...) particularmente covarde", disse o prefeito democrata durante entrevista coletiva, na qual lamentou "este dia muito doloroso para nossa cidade".

"Isto foi dirigido a civis inocentes, dirigido a pessoas que vivem suas vidas e que não tinham ideia do que iria ocorrer. Neste momento sabemos que oito pessoas inocentes perderam suas vidas e que mais de dez estão feridas".

O governador democrata de Nova York, Andrew Cuomo, destacou que a cidade "é um símbolo internacional de liberdade e democracia", o que a faz "também um alvo desta gente que rejeita estes conceitos". "Já vivemos isto antes".

Segundo testemunhas, o agressor jogou sua caminhonete contra ciclistas e pedestres e gritou "Allahu Akbar" (Deus é grande, em árabe) antes de ser baleado pela polícia.

As redes de televisão identificaram o agressor como Sayfullo Saipov, de Tampa, Flórida. Segundo o site WhitePages, o homem mora em Tampa desde junho de 2011 e tinha outros endereços em Ohio. Foi fichado por várias infrações de trânsito. 

O presidente

Em um primeiro momento, o presidente Donald Trump qualificou o agressor de "doente e perturbado".

"Em NYC parece ser outro ataque de uma pessoa muito doente e perturbada", tuitou o presidente. "As autoridades acompanham isto de perto. NÃO NOS EUA!"

Posteriormente, Trump declarou que "não podemos permitir ao ISIS (grupo Estado Islâmico) retornar ou entrar em nosso país após o termos derrotado no Oriente Médio e em outros lugares. Basta"!

O presidente francês, Emmanuel Macron, expressou suas "condolências e a solidariedade da França a Nova York e aos Estados Unidos". "Nossa luta pela liberdade nos une mais do que nunca. #Manhattan", publicou no Twitter.

A primeira-ministra britânica, Theresa May, se solidarizou. "Juntos derrotaremos o mal do terrorismo". 

O chefe da polícia de Nova York, James O'Neill, confirmou a morte de oito pessoas, sendo ao menos seis homens, e que onze vítimas foram levadas ao hospital com ferimentos graves.

Segundo o oficial, o agressor dirigia uma caminhonete alugada branca com um logo da rede de ferragens Home Depot e após o atropelamento bateu contra um ônibus escolar, ferindo dois adultos e duas crianças.

Após a colisão, o homem saiu do veículo com duas armas e foi baleado pela polícia no abdome.

Os policiais verificaram posteriormente que uma arma era de pressão (chumbinho) e outra de paintball. 

Dos oito mortos, seis homens faleceram no local e duas pessoas foram declaradas mortas no hospital. Outras onze pessoas foram hospitalizadas com lesões graves, mas sem risco de morte. 

A chanceleria argentina informou em Buenos Aires que cidadãos de seu país morreram no ataque. 

"O Ministério das Relações Exteriores lamenta informar que cidadãos argentinos faleceram hoje em Nova York como consequência do atentado perpetrado nesta cidade".

A Bélgica também afirmou que um de seus cidadãos está entre as vítimas.

 

"Meu filho está ali"
Logo após o ataque, policiais, bombeiros e ambulâncias chegaram ao local, à margem do rio Hudson, e bloquearam várias ruas, enquanto helicópteros sobrevoavam o sul de Manhattan.

Segundo os serviços de emergência, o ataque ocorreu às 15H06 (17H06 Brasília) nas ruas Chambers e West Street, no bairro de TriBeCa, na zona da Stuyvesant High School, quando a cidade celebra a festa do Halloween. 

"Meu filho está ali", gritavam pais preocupados que aguardavam inquietos na porta de uma escola primária onde a saída dos alunos foi retardada por questão de segurança.

"Vi que dois veículos, um branco e um micro-ônibus, se chocaram. Dois homens queriam brigar na rua. Um tinha duas pistolas, uma em cada mão, e no final chegou a polícia e escutamos três tiros", declarou Manuel Calle, 46 anos, que trabalha em um restaurante próximo.

Este foi o primeiro ato vinculado ao terrorismo em Nova York desde a explosão de uma bomba artesanal, em setembro de 2016, em Chelsea, que deixou 31 feridos leves. Um afegão de origem americana, Ahmad Khan Rahimi, foi condenado por terrorismo no início deste mês.

O patrulhamento em Times Square, uma das zonas mais concorridas do mundo, foi reforçado após a tentativa fracassada de atentado com carro-bomba em 1º de maio de 2010, por parte do imigrante paquistanês Faisal Shahzad.

O explosivo colocado por Faisal não detonou e o homem foi detido quando tentava pegar um voo para o Oriente Médio, sendo condenado à prisão perpétua.

Nova York, alvo dos atentados de 11 de setembro de 2001, é a capital financeira e do entretenimento nos Estados Unidos, com uma população de 8,5 milhões de habitantes. 

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