A Universidade de Cabul organizou neste domingo a formatura dos primeiros alunos do Afeganistão em estudos sobre a condição feminina, um curso inédito até agora neste país muito patriarcal.
Esta universidade é a primeira a propor o programa de estudos sobre a condição das mulheres, em um país onde a situação feminina ainda é muito difícil.
Teorias feministas, presença das mulheres nos meios de comunicação e na sociedade civil, e formas de resolução de conflitos figuram nesta formação de dois anos, realizada pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) e financiada pela Coreia do Sul.
Esses estudos teriam sido impensáveis sob o regime dos talibãs (1996-2001), que confinavam as mulheres em suas casas e proibiam que elas estudassem.
Apesar de sua situação ter melhorado desde a derrubada dos talibãs, as mulheres afegãs continuam sendo cidadãs de segunda classe.
Entre os 22 formados há sete homens.
Um deles é Mujtab Arefi. "É o início da mudança", declarou à AFP enquanto esperava para receber seu diploma.
"Com esses programas, podemos entender o lugar das mulheres em nossa sociedade. Há a possibilidade de que um dia cheguemos a uma igualdade de sexos como no ocidente", acrescentou.
Uma das formadas, Sajia Sediqqi, disse esperar que seus companheiros de estudos utilizem o que aprenderam para melhorar a situação das mulheres no Afeganistão.
"Não podemos fazer as coisas mudarem em pouco tempo, mas com a nossa educação podemos ajudar a mudar a sociedade pouco a pouco e servir ao nosso povo, particularmente às mulheres", afirmou.