Afeganistão forma os primeiros alunos em estudos sobre a mulher

O curso sobre a questão da mulher é inédito no País, aonde ainda impera o machismo e o patriarcado
AFP
Publicado em 05/11/2017 às 11:57
O curso sobre a questão da mulher é inédito no País, aonde ainda impera o machismo e o patriarcado Foto: Foto: SHAH MARAI / AFP


A Universidade de Cabul organizou neste domingo a formatura dos primeiros alunos do Afeganistão em estudos sobre a condição feminina, um curso inédito até agora neste país muito patriarcal.

Esta universidade é a primeira a propor o programa de estudos sobre a condição das mulheres, em um país onde a situação feminina ainda é muito difícil.

Teorias feministas, presença das mulheres nos meios de comunicação e na sociedade civil, e formas de resolução de conflitos figuram nesta formação de dois anos, realizada pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) e financiada pela Coreia do Sul.

Esses estudos teriam sido impensáveis sob o regime dos talibãs (1996-2001), que confinavam as mulheres em suas casas e proibiam que elas estudassem.

Apesar de sua situação ter melhorado desde a derrubada dos talibãs, as mulheres afegãs continuam sendo cidadãs de segunda classe.

Homens

Entre os 22 formados há sete homens.

Um deles é Mujtab Arefi. "É o início da mudança", declarou à AFP enquanto esperava para receber seu diploma.

"Com esses programas, podemos entender o lugar das mulheres em nossa sociedade. Há a possibilidade de que um dia cheguemos a uma igualdade de sexos como no ocidente", acrescentou.

Uma das formadas, Sajia Sediqqi, disse esperar que seus companheiros de estudos utilizem o que aprenderam para melhorar a situação das mulheres no Afeganistão.

"Não podemos fazer as coisas mudarem em pouco tempo, mas com a nossa educação podemos ajudar a mudar a sociedade pouco a pouco e servir ao nosso povo, particularmente às mulheres", afirmou.

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