Atirador abre fogo em igreja no Texas e deixa mortos e feridos

Testemunhas disseram que o atirador entrou na igreja pouco antes do meio-dia e abriu fogo.
AFP
Publicado em 05/11/2017 às 16:43
Testemunhas disseram que o atirador entrou na igreja pouco antes do meio-dia e abriu fogo. Foto: Foto: Reprodução/Facebook


Vinte cinco pessoas morreram, e outras 30 feridas em um ataque a tiros na Primeira Igreja Batista, em Sutherland Springs, uma pequena comunidade da cidade texana de San Antonio, neste domingo (5) - noticiou a imprensa americana.

O homem foi horas depois identificado como Devin Patrick Kelley, de New Braunfels, no Texas. Tinha cerca de 25 anos, com passado na Força Aérea. Segundo a CBS News, Kelley cumpriu serviço durante 2010 e 2014, tendo sido sujeito a tribunal marcial e acabado por receber uma dispensa desonrosa.

"O agressor morreu", declarou à AFP um porta-voz do comissário do condado vizinho de Guadalupe, acrescentando que não houve confronto entre ele e a Polícia. 

Citando um policial, a ABC News disse que há 25 mortos e 30 feridos. Outros veículos já falam em pelo menos 27 mortos, também segundo fontes da Polícia. "Que Deus esteja com o povo de Sutherland Springs, Texas. O FBI & agências da lei estão na cena. Estou monitorando a situação do Japão", tuitou o presidente americano, Donald Trump, em sua primeira reação.

Pelo Twitter, também se manifestaram o senador republicano pelo Texas, Ted Cruz, e o governador do Texas, Greg Abbott, que prestaram sua solidariedade. "Nossas orações vão para todos aqueles que foram afetados por esse ato demoníaco. Nossos agradecimentos às forças da ordem por sua resposta", tuitou Abbott, prometendo detalhes sobre o episódio "o mais rápido possível".

Uma das filhas do pastor da igreja batista, de 14 anos, está entre os mortos, disse seu pai, Frank Pomeroy, à rede ABC News. O religioso não estava no recinto no momento do ataque. Uma porta-voz do Connally Memorial Medical Center, nos arredores de Floresville, disse à Fox News que a instituição recebeu "oito pacientes depois do tiroteio", e que três deles foram então "transferidos para o Hospital Universitário de San Antonio", uma das maiores cidades do Texas, cerca de 50 quilômetros ao noroeste.

Helicópteros e equipes de emergência chegaram à cena do crime, e agentes do Escritório de Álcool, Tabaco, Armas de Fogo e Explosivos estavam se dirigindo para o local, declarou o órgão.

 Debate sobre armas 

Os disparos começaram às 11h30 locais (15h30, horário de Brasília) na First Baptist Church de Sutherland Springs, informou a emissora KSAT12 em seu portal de notícias. Segundo o canal, uma testemunha viu um homem entrar na igreja e começar imediatamente a atirar contra os fiéis. De acordo com a imprensa local, cerca de 50 pessoas costumam assistir ao culto nesse horário.

Em 1º de outubro, os Estados Unidos tiveram o pior tiroteio de sua história recente, quando um homem atirou a esmo de um quarto de hotel de Las Vegas, Nevada. Matou 58 pessoas e feriu cerca de 550 das 22 mil que assistiam a um show de música country ao ar livre.

O autor dessa tragédia, o aposentado Stephen Paddock de 64 anos, matou-se após os disparos. Ele conseguiu levar um verdadeiro arsenal para o quarto onde se encontrava instalado, no 32º andar do hotel Mandalay Bay. O grupo Estado Islâmico (EI)reivindicou o ataque, mas os investigadores não encontraram elementos que permitam sustentar essa hipótese e ainda desconhecem as motivações de Paddock.

O ataque de hoje também acontece dois anos depois que o supremacista branco Dylann Roof entrou em uma igreja historicamente frequentada por fiéis afro-americanos em Charleston, na Carolina do Sul, e matou nove pessoas. Em janeiro passado, Roof foi condenado à pena capital. Todos os anos, mais de 33 mil pessoas morrem nos Estados Unidos, vítimas das armas de fogo, de acordo com um estudo recente. Desse total, 22.000 são casos de suicídios.

O debate sobre a regulamentação das armas é relançado a cada tragédia, sem que a legislação seja modificada. Parte da explicação está na influência e na pressão exercidas pela Associação Nacional do Rifle (NRA, na sigla em inglês), o poderoso lobby das armas nos EUA.

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