A "limpeza étnica" dos muçulmanos rohingyas em Mianmar continua, denunciou nesta terça-feira (06) o Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos, com uma "campanha de terror para obrigá-los" a fugir para Bangladesh.
"A limpeza étnica dos rohingyas prossegue", afirmou Andrew Gilmour, secretário-geral adjunto da ONU para os Direitos Humanos, após uma visita nesta terça-feira a um campo de refugiados em Bangladesh, onde 700.000 rohingyas buscaram refúgio desde o início da onda de violência em agosto do ano passado.
Centenas de rohingyas atravessam a fronteira para Bangladesh a cada semana.
"O governo birmanês não para de repetir que está pronto para o retorno dos rohingyas, mas ao mesmo tempo as forças de segurança continuam forçando a sua fuga para Bangladesh", completou o representante da ONU, que denunciou o papel do exército e a inação do governo.
O exército insiste que a operação militar começou depois dos ataques, no fim de agosto de 2017, de rebeldes rohingyas, que chamou de "terroristas".
A dirigente birmanesa e prêmio Nobel da Paz Aung San Suu Kyi tem sido muito criticada no cenário internacional por sua administração da crise.