Com a cabeça erguida e lágrimas escorrendo pelo rosto, Emma Gonzalez ficou em silêncio diante de milhares de pessoas reunidas na Marcha por Nossas Vidas, em Washington. Gonzalez, umas das sobreviventes do ataque a tiros na escola em Parkland, na Flórida, que deixou 17 mortos em 14 de fevereiro, continuou em silêncio enquanto algumas pessoas gritavam palavras de apoio. Pouco depois, todos ficaram em silêncio. Ela permaneceu assim por seis minutos e 20 segundos, o tempo que, segundo ela, o atirador demorou para matar 17 pessoas e deixar várias outras feridas.
Os sobreviventes de Parkland foram os idealizadores da marcha, que fez centenas de milhares de pessoas saírem às ruas em várias cidades dos Estados Unidos neste sábado, em defesa de leis mais rigorosas sobre o acesso a armas. Esta pode ser a maior manifestação realizada por jovens no país desde a época da Guerra do Vietnã. Gonzalez, que encerrou a marcha em Washington, também pediu às pessoas que votassem nas eleições deste ano.
Centenas de alunos da escola de ensino médio Marjory Stoneman Douglas High School, onde aconteceu o ataque, foram até Washington em três voos fretados gratuitos oferecidos pela Delta Air Lines. A companhia aérea cortou relações com a Associação Nacional do Rifle (NRA) após o ataque, e disse que pararia de oferecer passagens com desconto a membros da associação.
Ainda em Washington, a neta do ícone da luta por direitos civis Martin Luther King Jr., Yolanda Renee King, disse, usando a famosa frase de seu avô, que também tem um sonho, de um mundo livre de armas. Fonte: Associated Press.