Secretário-geral da ONU quer investigação independente sobre violência em Gaza

Antonio Guterres quer investigação 'transparente' sobre os confrontos na Faixa de Gaza que terminaram com 16 palestinos mortos
AFP
Publicado em 31/03/2018 às 9:34
Antonio Guterres quer investigação 'transparente' sobre os confrontos na Faixa de Gaza que terminaram com 16 palestinos mortos Foto: Foto: AFP


O secretário-geral da ONU, Antonio Guterres, pediu uma "investigação independente e transparente" sobre os confrontos de sexta-feira na Faixa de Gaza que terminaram com 16 palestinos mortos.

Guterres "também pede a todas as partes e envolvidas que evitem qualquer ato que possa resultar em mais vítimas, em particular as medidas que possam colocar os civis em situação de perigo", afirmou o porta-voz Farhan Haq em um comunicado.

O secretário-geral também reafirmou a "disponibilidade" da ONU para retomar os esforços de paz israelense-palestinos, segundo o texto.

Reunião

O Conselho de Segurança da ONU se reuniu em caráter de emergência na sexta-feira para analisar a explosão de violência em Gaza que deixou 16 palestinos mortos, mas não conseguiu chegar a um acordo sobre uma declaração conjunta.

"Há o temor de que a situação piore nos próximos dias", advertiu Taye-Brook Zerihoun, subsecretário-geral da ONU para Assuntos Políticos, que pediu máxima contenção.

A reunião, solicitada pelo Kuwait, abordou a violência de sexta-feira, quando dezenas de milhares de moradores de Gaza protestaram perto da fronteira com Israel: 16 palestinos morreram e centenas ficaram feridos no dia mais violento desde a guerra de Gaza em 2014.

"O risco de escalada é real. Existe a possibilidade de um novo conflito na Faixa de Gaza", afirmou o representante francês na reunião.

Estados Unidos e Reino Unido expressaram inquietação com a data da reunião, já que a Páscoa judaica teve início na sexta-feira à noite, o que significava a ausência de representantes israelenses. Os embaixadores de vários países do Conselho de Segurança enviaram seus adjuntos.

"Deveríamos ter alcançado um acordo para que todas as partes participassem esta noite", disse o representante americano.

"Estamos profundamente tristes com as perdas humanas", afirmou o diplomata.

Neste sábado, o Irã, inimigo de Israel, condenou o que chamou de "massacre selvagem" de palestinos.

Forças israelenses bombardearam com tanques e aviões três posições do movimento radical Hamas em Gaza depois que, segundo fontes militares, milicianos deste grupo atiraram contra soldados de Israel na fronteira.

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