Para EUA, taxa de autismo em aumento é preocupação 'urgente'

Atualmente, a taxa de autismo no país é uma em cada 59 crianças
JC Online
Publicado em 26/04/2018 às 16:30
Atualmente, a taxa de autismo no país é uma em cada 59 crianças Foto: Foto: Sergio Bernardo/ Arquivo JC Imagem


A taxa de autismo nos Estados Unidos subiu para uma em cada 59 crianças, acima das estimativas anteriores de uma em 68, aponta um relatório do governo americano publicado nesta quinta-feira (26).

Chamando o transtorno de desenvolvimento neurológico de uma "preocupação urgente de saúde pública", os Centros de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) disseram que a mudança representa um aumento de 1,5% para 1,7% das crianças. 

Os dados são "amplos e surpreendentes", disse Walter Zahorodny, professor associado de pediatria da Rutgers New Jersey Medical School, que liderou a parte do estudo feita em Nova Jersey. 

A prevalência de autismo nos Estados Unidos era de apenas um em 5.000 em 1975, e ele vem aumentando constantemente nos últimos anos, tendo crescido 150% desde 2000, disse o CDC. 

Os pesquisadores ainda não sabem o que causa o autismo, ou por que ele parece estar em aumento. 

Em 2014, o CDC afirmou que uma em cada 68 crianças dos EUA tinha autismo, uma taxa que a agência disse que parecia ter permanecido estável em 2016. 

"Agora está claro que o que vimos em 2016 foi apenas uma pausa ao longo do caminho", disse Zahorodny. 

O relatório do CDC disse que algumas das mudanças na prevalência nos últimos anos "poderiam se dever a uma melhor identificação do autismo em populações minoritárias", embora a condição "ainda seja mais provável de ser identificada em crianças brancas do que em crianças negras ou hispânicas". 

O autismo também é cerca de quatro vezes mais comum em meninos do que em meninas.

Certos fatores de risco estão relacionados ao autismo, como nascer de pais com mais de 30 anos, doença materna durante a gravidez, mutações genéticas, nascimento antes de 37 semanas de gestação e nascimentos múltiplos. 

"Estas são influências reais que estão exercendo um efeito, mas não são suficientes para explicar a alta taxa de prevalência do autismo", disse Zahorodny. 

"Há ainda riscos ambientais indefinidos que contribuem para esse aumento significativo, fatores que podem afetar uma criança em seu desenvolvimento no útero ou relacionados a complicações no parto ou ao período neonatal. Precisamos de mais pesquisas sobre os gatilhos não genéticos para o autismo", acrescentou. 

As pessoas com autismo podem apresentar uma variedade de sintomas, incluindo movimentos repetitivos, dificuldade de comunicação e desconforto em situações sociais. Alguns se destacam em habilidades não verbais, como a matemática. 

Os estados incluídos na pesquisa foram Arizona, Arkansas, Colorado, Geórgia, Nova Jersey, Maryland, Minnesota, Missouri, Carolina do Norte, Tennessee e Wisconsin. 

Nova Jersey teve quase o dobro da taxa nacional, com 2,9%, ou uma em 34 crianças. A taxa mais baixa foi observada no Arkansas, com uma em cada 76 crianças afetadas. 

Os dados do estudo desta quinta-feira vieram de registros de saúde e educação especial de 325.483 crianças que tinham oito anos de idade em 2014. 

Embora os números, que vêm da Rede de Monitoramento de Deficiências do Desenvolvimento e Autismo (ADDM), não sejam representativos de toda a nação, os especialistas em saúde consideram-nos amplamente uma referência da taxa de autismo nos Estados Unidos.

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