O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, acusou, nesta terça-feira (15), o movimento islamita Hamas de colocar crianças na linha de fogo "deliberadamente", em meio a fortes críticas a Israel pelo massacre de dezenas de manifestantes palestinos na fronteira com Gaza.
Netanyahu disse à televisão americana que as tropas não tiveram outra opção a não ser usar a força letal durante os protestos contra a abertura da embaixada dos Estados Unidos em Jerusalém, na segunda-feira, e que a responsabilidade das mortes recai inteiramente no grupo radical.
"Eles (Hamas) estão pressionando civis, mulheres, crianças, para que se aproximem da linha de fogo com o objetivo de obter vítimas", disse Netanyahu à emissora CBS.
"Nós estamos tentado minimizar as baixas, eles estão tentando causar baixas para pressionar Israel, o que é horrível", acrescentou.
"Essas coisas são evitáveis. Se o Hamas não os tivesse empurrado para lá, não teria acontecido nada. O Hamas é responsável por fazer isso e o estão fazendo deliberadamente".
Vários governos expressaram sua preocupação sobre o uso de armas de fogo contra os manifestantes, e o presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, acusou o Estado judeu de "terror estatal".
Mas Netanyahu disse que outros países teriam feito o mesmo para proteger suas fronteiras.
"Não sei de nenhum Exército que faria algo diferente se tivesse que proteger a sua fronteira contra pessoas que dizem 'vamos destruí-los e vamos invadir seu país'", disse.
"Você tenta outras formas, todas as formas, tenta usar meios não letais e não funcionam (...) Tenta pegar debaixo do joelho, mas às vezes, infelizmente, não funciona", explicou.
O governo dos Estados Unidos também responsabilizou pelo derramamento de sangue o Hamas, que governa a Faixa de Gaza e não reconhece o direito de Israel de existir.
Israel agiu com moderação ante a provocação do Hamas, assegurou a embaixadora dos Estados Unidos na ONU, Nikki Haley, em uma reunião urgente do Conselho de Segurança sobre a violência em Gaza.
"A organização terrorista Hamas tem incitado a violência durante anos, muito antes de os Estados Unidos decidirem mudar a embaixada", disse.
Os disparos israelenses de segunda-feira na Faixa de Gaza provocaram a morte de "oito crianças menores de 16 anos" entre os mais de 50 palestinos abatidos, afirmou Riyad Mansur, embaixador palestino na ONU.
Um bebê de oito meses faleceu após inalar gás lacrimogêneo durante os confrontos.