Os senadores canadenses aprovaram na noite desta quinta-feira o projeto de lei que legaliza o consumo da maconha em todo o país, por 52 votos contra 30 e uma abstenção.
O projeto, modificado pelos senadores, será analisado agora pela Câmara de Representantes, dominada pelos liberais do primeiro-ministro Justin Trudeau, que fez da legalização da maconha uma promessa de campanha.
Trudeau já admitiu ter fumado maconha com os amigos "cinco ou seis vezes".
A venda da maconha para uso medicinal está liberada no Canadá desde 2001.
Logo após a votação, o ministro da Justiça, Jody Wilson-Raybould, celebrou a aprovação do projeto, que "criará um mercado estritamente regulado para a maconha, a manterá fora do alcance dos jovens e privará os delinquentes de lucrar" com ela.
Os deputados já aprovaram um primeiro projeto, mas devido às numerosas emendas no Senado, o texto voltará à Câmara. Após ser harmonizado, o projeto receberá o selo real e entrará em vigor.
Esta nova etapa no Parlamento poderá exigir várias semanas, já que o recesso legislativo começará este mês e seguirá até meados de setembro. Mas o consumo da maconha deverá estar liberado no Canadá antes do final do ano. As províncias e territórios definirão como será a venda da maconha e deverão estabelecer redes de distribuição.
A nova lei permitirá que maiores de 18 anos carreguem até 30 gramas de maconha para uso pessoal. Analistas avaliam que o mercado da maconha no Canadá movimentará cerca de 4,5 bilhões de dólares.
Em entrevista à AFP em maio passado, Trudeau disse que o mundo acompanha de perto os planos do Canadá para a descriminação da maconha e previu que vários países farão o mesmo. "Há muito interesse dos nossos aliados no que estamos fazendo. Reconhecem que o Canadá está sendo audaz (...) e reconhecem que o regime atual (de proibição) não funciona".
"O crime organizado está fazendo grandes somas em dinheiro com a venda ilegal de maconha", justificou Trudeau.