Após o 11 de setembro, CIA tentou criar soro da verdade para usar em prisioneiros

A CIA recorreu aos seus experimentos na década de 50 com drogas que alteram a mente, como o LSD, e ao programa russo para soros da verdade dos anos 80
AFP
Publicado em 14/11/2018 às 0:34
A CIA recorreu aos seus experimentos na década de 50 com drogas que alteram a mente, como o LSD, e ao programa russo para soros da verdade dos anos 80 Foto: Foto: Seth McCallister/AFP


Interrogadores da CIA buscaram um "soro da verdade" para usar em prisioneiros da Al-Qaeda, além do afogamento ('submarino') e outras técnicas de tortura para obter informações, após os atentados de 11 de setembro de 2001 contra Nova York e Washington, revelam documentos publicados nesta terça-feira.

Desesperados por obter informações sobre possíveis ataques por parte de Abu Zubaydah, que teria ajudado a planejar os atentados do 11-S, os investigadores recorreram às experiências da agência na década de 1950 com drogas que alteram a mente como o LSD, e também ao programa russo para soros da verdade nos anos 1980.

Médicos da CIA analisaram o uso de barbitúricos, como o amital sódico e os psicotomiméticos, que geram sintomas de psicose, e se interessaram por uma droga chamada midazolam, um sedativo que pode causar perda de memória enquanto dura seu efeito.

Torturas

Os funcionários dos Serviços Médicos da CIA consideraram a ideia diante da "notável resistência" de Abu Zubaydah, submetido a tortura física, psicológica e à falta de sono.

"A intensidade e a duração dos interrogatórios de AZ (Abu Zubaydah) foram uma surpresa para os Serviços Médicos e motivaram um estudo mais profundo sobre a alternativa aparentemente mais benigna dos interrogatórios com drogas", destacam os documentos.

Mas a CIA não encontrou evidências históricas de que as drogas eram capazes de fazer uma pessoa revelar informações. "Parece provável que qualquer indivíduo que possa suportar um um interrogatório intensivo também possa resistir à narcose".

Os documentos da CIA sobre os interrogatórios posteriores ao 11-S foram publicados após uma batalha judicial liderada pela American Civil Liberties Union.

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