Número de cristãos mortos em 2018 cresceu 40% no mundo, diz ONG

A organização protestante Portas Abertas analisa a situação dos cristãos que são vítimas de opressão, discriminação e até assassinatos em 50 países do mundo
AFP
Publicado em 16/01/2019 às 9:07
A organização protestante Portas Abertas analisa a situação dos cristãos que são vítimas de opressão, discriminação e até assassinatos em 50 países do mundo Foto: Foto: AFP


As perseguições contra cristãos aumentaram em 2018 no mundo pelo sexto ano consecutivo, de acordo com a ONG Portas Abertas, que publicou nesta quarta-feira (16) o seu índice anual.

Esta organização protestante analisa a situação dos cristãos que são vítimas de opressão, discriminação e até assassinatos em 50 países do mundo.

No total, 245 milhões de cristãos - católicos, ortodoxos, protestantes, batistas, evangélicos, pentecostais, cristãos expatriados, convertidos - são perseguidos, o que equivale a "um a cada nove cristãos", em comparação com um em cada doze no ano passado, de acordo com a organização.

O número de cristãos mortos aumentou de 3.066 para 4.305 entre novembro de 2017 e outubro de 2018, um aumento de 40%.

"O índice revela uma perseguição contra as minorias cristãs que aumenta ano após ano", escreve Michel Varton, diretor da Portas Abertas, neste relatório.

Países

"O que chama a atenção é que a África se tornou o centro da violência contra os cristãos", com 4.165 mortes. "Apenas a Nigéria registrou 3.731 assassinatos, contra 2.000 em 2017", informou à AFP. 

Este país enfrenta uma dupla ameaça, a representada pelo grupo extremista islâmico Boko Haram, que é "cada vez mais violentos", e a dos "pecuaristas peuls, que descem ao sul do país e atacam sistematicamente aldeias cristãs".

No entanto, é a Coreia do Norte que mais uma vez lidera este ranking anual. Mas o número de mortes neste país é desconhecido devido à falta de "dados confiáveis".

A ONG diz que "dezenas de milhares de cristãos estão presos em campos de trabalhos forçados". 

A organização também alerta sobre a situação no México, onde "organizações criminosas e cartéis de drogas atacam os cristãos porque consideram as igrejas como fontes de renda", enquanto na Colômbia, segundo essa organização, "grupos criminosos ameaçam os cristãos que se opõem à sua autoridade e muitas vezes os forçam a pagar um imposto pela sua proteção ".

O Afeganistão, a Somália, a Líbia, o Paquistão, o Sudão, a Eritreia, o Iêmen, o Irã, a Índia e a Síria, estão na lista de países onde ocorre "extrema perseguição" de cristãos.

A ONG considera que "o extremismo islâmico é um fator importante na perseguição de cristãos em 38 dos 50 países do índice", especialmente na África, Oriente Médio e Ásia.

Em um ano, "o número de igrejas atacadas, danificadas ou incendiadas (...) quase duplicou, passando de 793 para 1.847", enquanto "o número de cristãos detidos aumentou de 1.905 para 3.150" no mesmo período.

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