Termina busca de vítimas de explosão que deixou 79 mortos no México

De acordo com fontes hospitalares, 66 pessoas continuam internadas em Hidalgo, estado onde ocorreu a explosão
AFP
Publicado em 20/01/2019 às 18:45
De acordo com fontes hospitalares, 66 pessoas continuam internadas em Hidalgo, estado onde ocorreu a explosão Foto: Foto: Alfredo Estrella / AFP


As autoridades concluíram, neste domingo (20), os trabalhos de busca de vítimas da explosão em uma tubulação de combustível no México, na sexta-feira, enquanto era saqueada por centenas de civis, uma tragédia que deixou ao menos 79 mortos.

O ministro da Saúde, Jorge Alcocer, atualizou a cifra de mortos em uma coletiva de imprensa no Palácio Presidencial, na Cidade do México.

"Aos 73 mortos já contabilizados somam-se mais seis, e podemos dizer que 79 mexicanos morreram em consequência dessa explosão", disse.

De acordo com fontes hospitalares, 66 pessoas continuam internadas em Hidalgo, estado onde ocorreu a explosão, e em localidades vizinhas. Os casos mais graves foram transferidos para a Cidade do México, pois exigem cuidados mais complexos, explicou o ministro.

"Há pacientes graves com queimaduras em mais de 80% (do corpo) e que já têm comprometimento de seu tecido interno", relatou Alcocer.

Em Tlahuelilpan, a localidade onde ocorreu a explosão, há apenas soldados do exército mexicano resguardando o perímetro do desastre. Eles afirmam que os trabalhos de busca terminaram na noite de sábado.

Os funerais de vários falecidos começaram a ser realizados, embora a entrega de corpos aos familiares tenha sido lenta porque estão sendo feitos exames de DNA que permitam identificá-los.

O promotor de Hidalgo, Raúl Arroyo, disse na tarde de sábado que a gravidade das queimaduras de 54 dos falecidos impediu sua identificação, advertindo da necessidade dos exames genéticos.

Não "vitimizar"

Vários familiares exigiram no sábado a continuação da busca de corpos no local da explosão e pediram o retorno dos peritos forenses.

O procurador-geral do México, Alejandro Gertz, disse que continua-se avaliando hipóteses sobre as causas da explosão do duto, perfurado por ladrões, que provocaram a saída de um potente jato de combustível.

O vazamento atraiu cerca de 700 moradores, que recolhiam a gasolina com baldes e garrafões, quando foram surpreendidos pela explosão.

Em meio à imensa bola de fogo, tudo era caos: pessoas gritando e correndo enquanto ardiam em chamas ou exibiam queimaduras graves no corpo.

Consultado sobre se os feridos serão considerados suspeitos na investigação por terem saqueado uma instalação estatal, Gertz disse que não vão "vitimizar as comunidades".

"Vamos procurar os responsáveis de atos que tenham gerado esta grande tragédia, vitimizar toda a população sob uma hipótese genérica não é a função nem está estabelecido na lei", afirmou.

A tragédia ocorre no momento em que o governo do presidente Andrés Manuel López Obrador executa uma estratégia nacional contra o "huachicoleo", ou roubo de combustível, delito que tem gerado perdas anuais de 3 bilhões de dólares ao país, segundo dados oficiais.

O governo do Canadá expressou suas "sinceras condolências" às famílias das vítimas e desejou uma rápida recuperação para os feridos.

"O Canadá apoia o povo do México após esta tragédia", disse o Ministério de Assuntos Exteriores do país em um comunicado.

No sábado, a secretária americana de Segurança Interna, Kirstjen Nielsen, manifestou suas condolências às vítimas e disse que sua pasta está pronta para ajudar o governo mexicano.

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