No terceiro dia de visita oficial a Israel, o presidente Jair Bolsonaro teve nesta terça-feira (2) uma agenda intensa, que incluiu encontro com empresários brasileiros e israelenses, ida ao Museu do Holocausto, que reúne relatos, fotografias, objetos de judeus vítimas do nazismo, e homenagens no Bosque das Nações em Jerusalém. Segundo ele, a viagem foi "proveitosa" com acordos e parcerias, além de protocolos de intenção, e destacou a relação de complementaridade entre as duas economias.
"E aqui em Israel, como eu disse agora há pouco, nós nos complementamos, nossas commodities, tecnologia daqui, há um complemento e temos tudo para sermos maiores do que somos, para o bem dos nossos povos", afirmou.
Questionado se o escritório de negócios do Brasil em Jerusalém inclui a estrutura de uma representação diplomática, o presidente afirmou que a tendência é transferência da embaixada, atualmente em Tel Aviv. O anúncio da instalação do escritório com fins econômicos, comerciais e de ciência, tecnologia e inovação ocorreu no dia 31 de março, na chegada de Bolsonaro a Israel.
"Um grande casamento começa com namoro e um noivado, estamos no caminho certo, no meu entender."
Bolsonaro disse que está aberto ao diálogo com os países árabes e que pretende, no segundo semestre, ir ao Oriente Médio. Segundo ele, analisa quais países visitará.
Bolsonaro reiterou que o governo está trabalhando e um projeto para reduzir impostos de empresas como forma de fomentar a competividade e a geração de empregos e citou medida semelhante feita pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, em 2018.
"[Está] em estudo, por parte da equipe econômica, a exemplo do que o Trump fez nos Estados Unidos que, ao reduzir impostos, ele catapultou a economia", disse.
O presidente acrescentou que é necessário tornar mais fácil o ambiente de negócios no país e reafirmou que seu governo trabalha para desburocratizar o setor.
"O Brasil é um país difícil de fazer negócio, nós queremos diminuir nesse ranking. Estamos em 119, se não me engano, queremos diminuir esse ranking, pra facilitar a vida não só de quem quer investir de fora, mas para quem está lá dentro e quer investir também."
O ranking, citado por Bolsonaro, o Doing Business, é medido pelo Banco Mundial e, no último levantamento, o Brasil aparece em 109º lugar, atrás ainda de países como México, Colômbia e Costa Rica.
Questionado se considera que o nazismo foi impulsionado por movimentos de esquerda, o presidente respondeu positivamente. "Não há dúvida. Partido Nacional Socialista da Alemanha", afirmou, em referência ao nome do partido do líder do nazismo na Alemanha, Adolf Hitler.
Em audiência pública na Câmara, recentemente, o ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, disse que o nazismo teria "traços fundamentais que recomendam classificá-lo na esquerda do espectro político".
Bolsonaro e comitiva devem embarcar de volta ao Brasil às 9 horas desta quarta-feira (2), por volta de 3 horas da manhã no horário de Brasília. Ele retoma as atividades na quinta-feira (4) a tarde, no Palácio do Planalto, onde deverá se reunir com líderes de partidos na Câmara.