FAA reúne autoridades do Brasil e de oito países para avaliar Boeing 737 Max

A intenção é avaliar detalhes do sistema automatizado de controle de voo do avião, incluindo sua interação com os pilotos
Estadão Conteúdo
Publicado em 20/04/2019 às 18:19
A intenção é avaliar detalhes do sistema automatizado de controle de voo do avião, incluindo sua interação com os pilotos Foto: Foto: AFP


A Administração Federal de Aviação dos EUA (FAA, na sigla em inglês) anunciou que um time de especialistas de nove países, incluindo a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) do Brasil, dará início em 29 de abril a revisão técnica conjunta do novo sistema de controle de voo do Boeing 737 Max. O processo deve durar 90 dias.

Segundo comunicado da FAA, além do Brasil, especialistas da Austrália, Canadá, China, União Europeia, Japão, Indonésia, Cingapura e Emirados Árabes Unidos confirmaram participação no processo de revisão do sistema.

O ex-presidente do Conselho Nacional de Segurança nos Transportes (NTSB, na sigla em inglês), Chris Hart, irá liderar o grupo, que também será integrado por especialistas da FAA e da Nasa. A intenção é avaliar detalhes do sistema automatizado de controle de voo do avião, incluindo sua interação com os pilotos. A equipe também decidirá sobre possíveis melhorias necessárias no processo de aprovação da FAA.

Problemas no software

O avião da Boeing está com as operações suspensas em todo o mundo desde meados de março, após dois acidentes que resultaram na morte de 346 pessoas. As investigações estão concentradas no software anti-stall, que teria empurrado o nariz do avião para baixo com base em uma leitura errônea de dados dos sensores.

A companhia norte-americana tem trabalhado no software para corrigir o erro do sistema anti-stall desses aviões, conhecido como MCAS. Nos dois acidentes, um ocorrido na costa da Indonésia e outro na Etiópia, uma leitura incorreta dos sensores acionou o MCAS indevidamente e os pilotos não tiveram tempo suficiente para corrigir a falha.

Os pilotos das companhias aéreas dos EUA alegam que não tinham conhecimento sobre o MCAS até o primeiro acidente, em outubro. Desde então receberam um treinamento sobre o sistema explicando seu funcionamento e como reagir caso algo saia do controle.

Na quarta-feira, o presidente da Boeing, Dennis Muilenburg, anunciou que a companhia concluiu na semana passada o último voo teste com o software atualizado do sistema de controle de voo. Segundo o executivo, os pilotos de teste realizaram 120 voos com o novo software, totalizando 203 horas. A companhia espera realizar em breve um voo de certificação com um piloto de testes da FAA a bordo, possivelmente na próxima semana.

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