As autoridades americanas identificaram neste sábado (1º) o autor do tiroteio que matou 12 pessoas na última sexta-feira (31), antes de ser morto pela polícia, em um edifício municipal de Virginia Beach, na costa leste dos Estados Unidos. O homem foi identificado como DeWayne Craddock, funcionário municipal durante 15 anos em Virginia Beach, uma cidade de 450.000 habitantes a quase 300 km de Washington.
O suspeito de 40 anos estava fortemente armado e outras armas foram encontradas em sua residência.
As autoridades locais pronunciaram o nome do atirador apenas uma vez durante uma emotiva entrevista coletiva, mais concentrada em recordar as 12 vítimas fatais do ataque, sete homens e cinco mulheres, 11 deles funcionários do município.
O tiroteio também deixou quatro pessoas gravemente feridas, que permanecem hospitalizadas. Cada vítima foi apresentada sobriamente, com uma foto e o tempo que trabalharam para a cidade. A polícia não revelou a motivação do atirador e informou que a investigação ainda está em curso.
Megan Blanton, de 30 anos, estava no prédio quando tudo começou. "Me pareceu uma eternidade", disse ao jornal local The Virginian-Pilot.
Arthur Felton, no entanto, conseguiu sair do edifício no início do tiroteio. "Nunca pensei que passaria por algo assim", disse o funcionário municipal ao jornal. "As pessoas que foram atingidas... tenho certeza que conheço a maioria delas".
"É simplesmente um dia atroz (...) Estamos com as vítimas e suas famílias", disse à imprensa o governador da Virgínia, Ralph Northman, ao anunciar que vai ao local do ataque. O prefeito de Virginia Beach, Bobby Dyer, afirmou que se trata "do dia mais catastrófico da história da cidade".
Nascido neste balneário, o cantor Pharrell Williams escreveu no Twitter: "Estamos orando por nossa cidade, as vidas perdidas, suas famílias e todos os afetados".
"Estou destroçado", postou na mesma rede social o senador democrata por Virginia Tim Kaine. "Meu coração está junto de todos aqueles que perderam um ser querido", acrescentou o político que foi vice na campanha de Hillary Clinton nas eleições presidenciais de 2016.
Num país em que o porte de armas está garantida pela segunda emenda da Constituição, desde o início deste ano foram registrados mais de 150 ataques com arma de fogo com mais de quatro vítimas (mortos ou heridos), segundo a Gun Violence Archive, uma ONG especializada em violência com armas de fogo.
Na Virgínia, a questão toma uma dimensão particular, por ser o estado onde fica a sede da Associação Nacional do Rifle (NRA, em inglês), o principal lobby nacional das armas.
Neste estado tradicionalmente conservador mas onde o Partido Democrata cresce em influência a medida que avança a urbanização e sua população se diversifica, foi palco em 2007 de um ataque particularmente mortífero, quando um estudante com problemas mentais assassinou 32 pessoas no campus da universidade Virginia Tech.