De acordo com um estudo publicado no Journal of Medical Virology a suspeita é de que o surto de coronavírus, que surgiu em Wuhan, na China, e infectou mais de 600 pessoas, possa ter relação com o consumo de morcego e carne cobra, ambos vistas como uma iguaria local.
Após a equipe de cientistas comparar o genoma de cinco amostras do novo vírus com 217 vírus parecidos coletados em várias espécies, a conclusão é de que uma proteína do vírus possa ter sido alterada de forma a se ligar aos receptores das células hospedeira de uma espécie de cobra e de morcego.
Tanto a carne da cobra, quanto a carne de morcego são consumidas em sopas na China.
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O coronavírus identificado na China foi chamado de 2019-nCoV. O novo vírus, que é similar ao causador da Síndrome Respiratória Aguda Grave (Sars), matou até o momento 17 pessoas e infectou centenas na China, que em alguns dias celebrará o Ano Novo Lunar, quando ocorrem milhões de deslocamentos.
Comparados com os da Sars, os sintomas desse novo vírus parecem ser menos agressivos, e os especialistas destacam que o balanço de mortos ainda é relativamente baixo.
Segundo as autoridades de Wuhan, 25 de mais de 200 pessoas infectadas na cidade se curaram. "É difícil comparar essa doença com a Sars", comentou Zhong Nanshan, um reputado cientista da Comissão Nacional de Saúde da China em uma coletiva de imprensa nesta semana. "É suave. O impacto no pulmão não é como a SRAS". No entanto, os cientistas ressaltam que o vírus ser suave também pode gerar alarde já que, com sintomas mais leves, as pessoas podem continuar viajando antes de detectarem a presença do vírus.