A cidade de Wuhan, que ocupa o centro das atenções por estar na origem de uma epidemia de pneumonia viral, é uma megalópole industrial localizada no centro da China.
Esta capital regional, com 11 milhões de habitantes, onde um novo coronavírus apareceu em dezembro, está isolada do mundo desde que foi colocada em quarentena na última quinta-feira (23).
Wuhan está entre dois eixos importantes: Yangtze, o rio mais longo da Ásia, que atravessa a cidade de oeste a leste, e o eixo norte-sul, Pequim-Hong Kong.
Capital da província de Hubei, a cidade assistiu em 1957 a abertura da primeira ponte construída sobre o rio Yangtze.
Devido à sua localização estratégica, vários consulados estão localizados em Wuhan (França, Reino Unido, Estados Unidos).
Além disso, é uma importante plataforma aeroportuária, com conexões diretas à Europa, Oriente Médio e Estados Unidos.
Em outubro de 1911, uma revolta no quartel da cidade deu o sinal da revolução que levaria à queda do último imperador da China, o jovem Puyi, de 3 anos.
Os habitantes da província, apelidados de "hubeilao", são conhecidos como duros.
Wuhan é conhecida por seu clima extremo no verão: junto com Nankin e Chongqing, é um dos "três fornos" do Yangtze.
Com sua localização central, a cidade se beneficiou durante a era Mao da estratégia de deslocamento das indústrias para as regiões do interior do país, consideradas melhor protegidas.
Atualmente, é um dos centros da indústria siderúrgica, onde são fabricados 60% dos trilhos de alta velocidade do país.
Suas fábricas atraem uma população massiva de trabalhadores de outras regiões: são cerca de 5 milhões, segundo o prefeito.
Wuhan também é pioneira em novas tecnologias. Em uma classificação do Instituto Milken, Wuhan foi em 2019 a nona cidade chinesa "com melhor desempenho", com setores como microprocessadores e biomedicina.
Cerca de 160 empresas japonesas, de todos os setores, estão presentes na cidade.
Wuhan também é um polo importante da indústria automotiva. Em 1969, foi fundada ali a Dongfeng, a segunda maior fabricante do país e parceira da japonesa Nissan e Honda, além das francesas PSA e Renault.
Com mais de dez fábricas de veículos e cerca de 500 fabricantes de equipamentos, o setor produz cerca de 400 bilhões de yuans por ano (52,3 bilhões de euros), segundo dados do Changliang Daily.
A cidade teria produzido 1,7 milhão de veículos em 2018.
A PSA possui três fábricas em Wuhan, com 2.000 funcionários. Sua rival Renault abriu sua primeira fábrica na China no início de 2016 e foi seguida pelas fabricantes de equipamentos Faurecia e Valeo.