As comemorações dos 30 anos de atividades do Laboratório de Pesquisas Paleontológicas (LPP) da Universidade Federal do Acre (Ufac) começaram nessa terça-feira, 16, com a apresentação da sua nova estrela da coleção fóssil: um jabuti gigante, medindo aproximadamente 1,65 metro de comprimento, 90 centímetros de largura de carapaça e um metro de altura. O gigantesco animal, pertencente ao gênero Chelonoidis, viveu durante o período chamado "Mioceno Superior", há cerca de oito milhões de anos. Seus fragmentos fósseis foram coletados em 1995, no Alto Rio Acre, em área do município de Assis Brasil, e montados nos últimos anos, com auxílio de elementos artificiais que representam as patas e a cabeça do jabuti.
"Possivelmente, esses jabutis gigantes, cujo hábitat foi a América do Sul, tenham sido os ancestrais diretos dos animais da mesma espécie, também de grandes dimensões, mas não tanto, que hoje podem ser encontrados apenas nas Ilhas Galápagos", explicou o professor Edson Guilherme, doutor em Zoologia pela Universidade Federal do Pará (UFPA) e membro da equipe do LPP.
Para Guilherme, "esta descoberta é muito importante, porque nos ajuda a entender como era a vida na região amazônica no passado e mostra, de certa forma, que foram da América do Sul que saíram os primeiros jabutis gigantes que colonizaram as ilhas remotas do Oceano Pacífico".