Argentinos vão às ruas exigir investigação da morte de promotor

Promotor investigava o atentado contra a Amia, em 1994. . Nisman apareceu morto, quatro dias depois de denunciar a presidente Cristina Kirchner
Da AFP
Publicado em 05/02/2015 às 7:42
Promotor investigava o atentado contra a Amia, em 1994. . Nisman apareceu morto, quatro dias depois de denunciar a presidente Cristina Kirchner. Foto: Foto: AFP


Cerca de duas mil pessoas marcharam nesta quarta-feira em Buenos Aires, do Congresso até a Casa de Governo, para exigir o esclarecimento da morte do promotor Alberto Nisman, que apareceu morto em 18 de janeiro com um tiro na cabeça.

"Chega de impunidade", dizia um cartaz levado à frente da multidão, que incluiu o Prêmio Nobel da Paz e renomado militante dos direitos humanos Adolfo Pérez Esquivel e representantes de setores sindicais da oposição e de partidos de esquerda.

O promotor investigava o atentado contra a Associação Mutual Israelita Argentina (Amia), em 1994. Nisman apareceu morto, quatro dias depois de denunciar a presidente Cristina Kirchner e outros funcionários de alto escalão do governo de acobertarem suspeitos iranianos, acusados de envolvimento no episódio.

"Não sabemos se Nisman se suicidou ou se 'foi suicidado'", disse Pérez Esquivel à AFP, insistindo na necessidade de continuar as investigações.

No protesto, os ativistas também reivindicaram a criação, no Congresso Nacional, de uma comissão investigadora do atentado à Amia, que deixou 85 mortos e 300 feridos.

"Acho que vamos chegar à verdade, mas é preciso exigir dos deputados e senadores a criação de uma comissão investigadora independente e do governo que abra todos os arquivos de Inteligência", acrescentou Pérez Esquivel.

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