Partido suíço quer proibir viagens de refugiados ao exterior

A Secretaria de Estado suíça para as Migrações (SEM) disse que entre 2011 e 2015 foram concedidas aproximadamente 50.000 autorizações de viagem a refugiados e demandantes de asilo
Da AFP
Publicado em 18/07/2015 às 13:41


O partido suíço de direita UDC, que atualmente tem maioria no Parlamento, protestou neste sábado (18) pelas viagens ao exterior feitas por refugiados e demandantes de asilo.

Em uma entrevista publicada neste sábado no jornal Le Temps, o vice-presidente da UDC, Adrian Amstutz, anunciou que apresentará uma intervenção neste sentido na sessão parlamentar de outono (do hemisfério norte).

A Secretaria de Estado suíça para as Migrações (SEM) disse que entre 2011 e 2015 foram concedidas aproximadamente 50.000 autorizações de viagem a refugiados e demandantes de asilo, especialmente para visitas a familiares ou para comparecer a enterros.

Os nacionais da Eritreia são os maiores beneficiados (15.158 autorizações), seguidos pelos somalis (7.118) e pelos iraquianos (3.786).

Segundo o SEM, um refugiado reconhecido pelas autoridades pode obter uma autorização para viajar, exceto a seu país de origem, sob pena de perder automaticamente seu estatuto de refugiado.

A última edição do dominical NZZ am Sonntag assegura que alguns eritreus viajaram a seu país.

"Ninguém acredita que um regime que não garante os direitos humanos permite que, de repente, por causa de um enterro, uma pessoa que diz ter sua vida e sua integridade física ameaçadas entre e saia do país", declarou Amstutz.

Para a UDC, "quem decide partir deve sair definitivamente da Suíça, deve renunciar ao asilo e a toda proteção de nosso país".

A UDC se refere especialmente aos eritreus, cujos pedidos de asilo dispararam na Suíça nos últimos anos.

Em relação aos eritreus que fogem do longo e severo serviço  militar estabelecido em 1996, Amstutz afirmou que eles "devem cumpri-lo para participar na reconstrução de seu próprio país".

A deserção não pode ser um motivo de asilo, e mesmo que fosse o caso, por que todos que fogem preferem a Suíça e não outro país seguro mais perto ao seu?", provocou. 

No primeiro trimestre de 2015 foram feitos 4.489 pedidos de asilo na Suíça, procedentes principalmente de cidadãos da Eritreia, do Sri Lanka e da Síria.

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