Dilma cita empregos ao ser indagada sobre porto de Cuba

Aécio respondeu dizendo ter orgulho da indicação de Armínio, diferentemente de Dilma que ''demitiu'' seu ministro Guido Mantega
Carolina Sá Leitão
Publicado em 24/10/2014 às 23:25
Aécio respondeu dizendo ter orgulho da indicação de Armínio, diferentemente de Dilma que ''demitiu'' seu ministro Guido Mantega Foto: Foto: AFP


Na primeira oportunidade de perguntar, Dilma escolheu um tema que considera simbólico para reforçar sua gestão sobre a economia: o emprego. Contrapôs a criação de empregos no seu governo e no governo Lula contra a gestão do tucano Fernando Henrique Cardoso, citando também a valorização do salário mínimo e questionando se o indicado de Aécio Neves (PSDB) para o ministério da Fazenda, Armínio Fraga, não poderia comprometer a política de aumento real dos salários. 

Aécio respondeu dizendo ter orgulho da indicação de Armínio, diferentemente de Dilma que "demitiu" seu ministro Guido Mantega. O candidato do PSDB repetiu a argumentação de que o Brasil cresce menos que outros países na região, com alta taxa de juros, inflação em alta e com menos investimentos. "Seu governo afugentou investimentos. A situação do Brasil é extremamente grave, é preciso que a senhora reconheça isso. O governo Dilma fracassou na economia", argumentou. Aécio também repetiu seu bordão de que o País é um "cemitério de obras inacabadas", com "omissão criminosa" em políticas sociais e segurança pública. E trouxe o tema da inflação, dizendo que Dilma será a primeira presidente a entregar inflação maior do que recebeu.

Dilma disse que o governo Fernando Henrique entregou inflação maior que a recebida e afirmou que, em seu governo, houve aumento real de 71% de salário mínimo contra a marca de arrocho salarial das gestões tucanas.

Aécio rebateu dizendo que a "história não se reescreve" e que apenas o futuro pode ser escrito de forma diferente. O tucano afirmou que o Plano Real, que teve oposição do PT, levou a inflação de 916% para 12%

Porto em Cuba

Aécio voltou ao tema do porto em Cuba, financiado pelo BNDES. O tucano disse trazer uma nova informação ao afirmar ter tido acesso a um relatório sobre o empreendimento. Segundo Aécio, tal documento mostra que o governo brasileiro deu prazo de 25 anos para Cuba, ao contrário de um prazo normal de 10 anos, e que o governo brasileiro aceitou fazer o empréstimo em pesos cubanos em um banco da ilha de Cuba, em vez de o fazer em alguma moeda forte e com instituição respeitada. Aécio afirmou que pedirá investigação à Procuradoria Geral da República sobre a questão

Dilma disse que a questão do porto em Cuba deve ser olhada com "cautela" e repetiu que foi um empréstimo para empresa brasileira e que gerou empregos para brasileiros. E emendou críticas ao governo de Aécio em Minas que, segundo ela, não teve clareza, ao declarar destinação de verbas para empresas de comunicação da sua família. Aécio havia destacado na pergunta que o governo Dilma havia dado um "carimbo de confidencial" ao empréstimo do BNDES para o empreendimento em Cuba.

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