Nos 16 Estados em que Dilma Rousseff (PT) venceu no 2.º turno, um dos resultados mais significativos foi o de Minas Gerais, onde derrotou Aécio Neves (PSDB) por 52,4% a 47,6%. Menos pela vantagem apertada - cerca de 500 mil votos -, mas pelo simbolismo: o tucano perdeu em seu berço político nos dois turnos.
Outro desempenho decisivo para a reeleição foi o de Pernambuco. Lá, a família e a máquina política do ex-governador Eduardo Campos (PSB), morto em acidente aéreo em agosto, se mobilizaram a favor de Aécio - uma eventual vitória do tucano em um Estado nordestino poderia se revelar decisivo. Mas o apoio não rendeu os frutos esperados pelo PSDB. Lá, Dilma venceu por 70% a 30%, e a votação do tucano ficou próxima de sua média no Nordeste.
No total, a presidente conquistou mais quatro anos de mandato com 54,2 milhões de votos - 51,6% dos válidos. Com 48,4%, Aécio obteve o melhor resultado para um candidato do PSDB desde 1998.
Por regiões
No Nordeste, a vantagem da petista em relação ao adversário foi de 12 milhões de votos. Do eleitorado da petista, 37% vieram da região. Lá, o placar foi de 71% a 29% A presidente também ficou à frente na Região Norte, com 56% a 44%. Já o tucano venceu no Sudeste (57% a 43%), Centro-Oeste (58% a 42%) e Sul (60% a 40%).
A distribuição geográfica dos votos de Dilma espelha as desigualdades sociais do País. A última pesquisa Ibope antes da eleição mostrava que a petista só liderava isoladamente nas faixas com rendimento familiar de até dois salários mínimos.
As regiões em que a presidente venceu são as que concentram fatias maiores de população de baixa renda, as mais beneficiadas por políticas como a do aumento real do salário mínimo e por programas sociais como o Bolsa Família.
Em São Paulo, o tucano ganhou por 64,3% a 35,7%, um desempenho superior ao obtido pelo candidato do PSDB a presidente há quatro anos, José Serra. Na época, também contra Dilma, Serra venceu o 2.º turno no Estado por 54% a 46%.
Na Bahia, quarto maior colégio eleitoral, não houve surpresas: vitória da candidata petista por larga margem (70% a 30%). No Rio Grande do Sul, o vitorioso foi Aécio, por 53,5% a 46,5%.