Pré-candidato ao governo de Minas Gerais, o senador Antonio Anastasia (PSDB) disse ao jornal O Estado de S. Paulo que o senador Aécio Neves, seu padrinho político, vai ouvir o partido antes de decidir se vai disputar o Senado nas eleições deste ano. Candidato à Presidência da República em 2014, Aécio se afastou dos antigos aliados depois que veio a público áudio em que ele pede R$ 2 milhões ao empresário Joesley Batista, dono da JBS. Ele ainda não definiu seu futuro político.
Ele sempre teve um conceito de um homem correto, mas tem de cumprir a pena. Não podemos adular as pessoas condenadas.
Não acho mancha, nem que constrange o partido. Azeredo é considerado uma pessoa que foi vítima de uma circunstância. E o candidato (ao governo de Minas) sou eu.
Não sinto o sentimento de necessidade dessa medida.
Eu recebi uma carta branca para a montagem das questões relativas ao partido. Temos que aguardar um pouco. Ele vai tomar essa decisão, e não deve demorar muito, sobre ser candidato ou não. E, se for, para qual cargo. Os prazos estão afunilando.
Nesse momento, ele próprio pondera sobre as dificuldades que teria em uma candidatura majoritária, do sim e do não. Mas temos que respeitar a decisão que ele tomar.
Ele (Aécio) vai ouvir os companheiros na hora de tomar a decisão Não tomará uma decisão isolada. Ele está dedicado à sua defesa e em mostrar o que foi alegado, que foi vítima de uma armadilha.
As pesquisas o colocam com uma votação positiva, mas em uma eleição a gente nunca sabe. Nem sei quem são os candidatos ao Senado. Há notícia de que Dilma (a presidente cassada Dilma Rousseff) seria candidata, mas isso não se confirma.
Lembro muito na eleição para governador de Minas de 2014, o nosso candidato, o Pimenta da Veiga, foi muito acusado pelo PT com o argumento de que estaria ausente de Minas Gerais há oito ou dez anos. Ela (Dilma) está ausente há 40 anos. Não sei como o povo vai encarar isso. Não sei se é uma candidatura forte ou fraca. Não vejo muita alteração no quadro eleitoral por causa disso, a não ser para o próprio PT, que, em razão disso, perderia o apoio do MDB.
Não é nenhum segredo que não era meu intuito me candidatar nesse ano ao governo. Mas tivemos circunstâncias de natureza política e social que formaram uma grande corrente clamando por minha responsabilidade de participar do pleito. Também é importante para o Geraldo Alckmin (pré-candidato do partido à Presidência) ter um palanque em Minas.
Cada eleição é diferente da outra. Fernando Henrique (Cardoso) é paulista e ganhou duas eleições presidenciais seguidas em Minas Gerais. Acredito firmemente em uma vitória dele em Minas Gerais.
É uma tese. A essa altura, não há ninguém que vai aparecer do nada com 10% ou 12% (das intenções de voto). Entre os atuais candidatos no centro, dois nomes de destacam: Alckmin e Alvaro Dias (presidenciável do Podemos). Só que o Alvaro Dias é de um partido muito pequeno e sem estrutura. Alckmin é mais viável eleitoralmente.
Vejo com muita simpatia. Não sei se ele tem disposição para essa conversa.
Vivemos um clima de radicalismo que chega às raias do ódio. Há uma pulverização de candidatos. E falta uma definição em São Paulo, que é o Estado dele. Lá tem duas candidaturas que o apoiam, o que cria dificuldade. Há ainda uma completa apatia. O próximo presidente precisa ter a personalidade da serenidade e tranquilidade. Vejo o Geraldo nessa pessoa.
Ele tem muita força devido ao Bolsa Família e benefícios sociais que criou no seu tempo. Criou-se um imaginário de que só o Lula poderia ter dado isso.
Bolsonaro vai diminuir. Não acredito que vai ao segundo turno. Quando os debates avançarem, um candidato mais calmo tende a ter mais vantagem. Acredito em um segundo turno entre um candidato de centro e outro de esquerda, que tem muito voto. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.