'Chororô' e 'mimimi', diz deputado do PSL sobre fala de Eduardo Bolsonaro

Francischini disse que o 'mal-estar faz parte' e que que integrantes do PT, como o ex-ministro José Dirceu, já disseram "que tinha que acabar com o Supremo" e que nada foi noticiado à época
Estadão Conteúdo
Publicado em 24/10/2018 às 2:55
Francischini disse que o 'mal-estar faz parte' e que que integrantes do PT, como o ex-ministro José Dirceu, já disseram "que tinha que acabar com o Supremo" e que nada foi noticiado à época Foto: Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom/ Agencia Brasil


O deputado federal paranaense Delegado Francischini (PSL), principal cabo eleitoral do presidenciável Jair Bolsonaro (PSL) no Estado, chamou de "chororô" e "mimimi" a repercussão sobre a declaração do filho do candidato, o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL), que, em vídeo, disse que "bastaria um cabo soldado para fechar o Supremo Tribunal Federal (STF)", caso houvesse alguma tentativa de impugnação da candidatura do pai dele.

"É mais um chororô e mimimi que não vai levar a nada. Pergunte se alguém está preocupado com o que o Eduardo Bolsonaro, que é filho do Jair, está falando. Não está preocupado. Está preocupado com o destino do País, se vai ter emprego, se a economia vai voltar a gerar expectativa para as famílias. Ele falou numa palestra há quatro meses, num momento em que ele estava defendendo o pai da cassação", disse Francischini em evento de apoio a Bolsonaro, na noite desta terça-feira (23), em um restaurante de Curitiba.

Questionado sobre a reação dos ministros do STF à declaração de Eduardo Bolsonaro, Francischini disse que o "mal-estar faz parte". Ele também questionou a imprensa, dizendo que integrantes do PT, como o ex-ministro José Dirceu, já disseram "que tinha que acabar com o Supremo" e que nada foi noticiado à época.

"Você acha que o Eduardo Bolsonaro vai fechar o Supremo? Estou te dizendo, não tem a mínima condição. Aquilo foi um filho defendendo o pai. Imagina a gente reduzir uma campanha de Brasil dizendo que o filho do candidato à presidente deu uma palestra e isso virar fato político. É só quando há interesse em que ele (Bolsonaro) não seja presidente. Ficar buscando factoides", disse.

Fake news

O deputado também afirmou que a Novo Brasil Empreendimentos Digitais Ltda., empresa que teve 68 páginas e 43 contas removidos pelo Facebook, não é propagadora de fake news. Francischini usou R$ 28 mil da cota parlamentar, à qual os deputados têm direito, em sete pagamentos entre os meses de dezembro de 2017 e maio de 2018, para fazer repasses à Novo Brasil.

Segundo o Facebook, essas páginas, que formavam a principal e mais influente rede de apoio e difusão de ideias de Bolsonaro, violaram as políticas de autenticidade e spam, ao criar endereços falsos e múltiplas contas com os mesmos nomes para administrar os grupos. O conteúdo compartilhado pelas páginas não teve influência sobre a decisão do Facebook.

"Não é uma rede fake. Foi tirada (do ar) porque o Facebook não acreditava que existiam pessoas por trás. Mandei as informações hoje. Ajudei e vou ajudar (a empresa) de novo, e deixa o chororô e mimimi comer para quem acha que só a esquerda pode ter verba de publicidade. (...) Você acredita que esse valor (contratado pelo deputado e pago à empresa) monta uma rede de fake news de 20 milhões de acessos? Olhe em volta que você está vendo os robôs do Bolsonaro e o caixa dois, tudo na tua frente", declarou o parlamentar paranaense.

O jantar promovido pelos seguidores de Bolsonaro no Paraná teve a presença de lideranças políticas do Estado, entre elas o recém-eleito governador Ratinho Junior (PSD). No primeiro turno, Ratinho declarou apoio ao então candidato à presidência Alvaro Dias (PODE), mas se posicionou a favor de Bolsonaro a partir da campanha de segundo turno.

Ratinho disse que a fala de Eduardo Bolsonaro não deve "ser levada à sério". "Todo mundo sabe que o respeito com a Justiça, ele (Jair Bolsonaro), como presidente, vai ter. Aquilo foi uma resposta tirada de contexto que é usada em campanha para tentar, de alguma maneira, criar uma narrativa que não é verdadeira", declarou o próximo governador do Paraná.

Ratinho fez parte da base dos petistas Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff na Presidência enquanto era deputado federal, e chegou a procurar apoio do partido na sua candidatura à prefeitura de Curitiba, em 2012. Para ele, agora, o momento político "mudou". "O PT já teve a oportunidade deles, já fizeram a sua parte, com seus erros e acertos, e vejo que é importante agora dar um novo rumo para o Brasil. A democracia só se fortalece com a oxigenação de lideranças. O País não pode ficar dependente de um projeto de um partido político", disse.

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