Dilma defende combate à inflação e diz que episódio do Santander foi lamentável

A presidente e candidata comparou o pessimismo nas avaliações da economia ao que havia durante a preparação para a Copa do Mundo
Da ABr
Publicado em 28/07/2014 às 21:49
A presidente e candidata comparou o pessimismo nas avaliações da economia ao que havia durante a preparação para a Copa do Mundo Foto: Foto: ABr


A presidenta Dilma Rousseff, candidata à reeleição, disse nesta segunda-feira (28) as avaliações sobre o combate a inflação em seu governo são feitas com dois pesos e duas medidas. Dilma comparou seu governo ao do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (1995-2002), disse que a inflação deste ano vai ficar no teto da meta, de 6,5%, e negou que haja descontrole inflacionário no país.

"Não concordo que tenha alguma coisa errada no combate à inflação. O sistema de metas foi criado em 1999. Nesses 15 anos, em 12 deles a inflação esteve acima do centro da meta. Em cinco, esteve acima do limite superior da banda, se considerar 6,5%. Ela ficará abaixo do limite superior da meta. Hoje está 0,02 acima do centro da meta e em uma trajetória decrescente," disse Dilma.

Dilma fez as declarações em resposta a uma pergunta durante sabatina organizada pelo jornal Folha de S.Paulo, o portal de UOL, o SBT e a Rádio Jovem Pan, realizada nesta segunda-feira no Palácio da Alvorada. Os quatro veículos de comunicação já sabatinaram neste mês os candidatos Eduardo Campos (PSB) e Aécio Neves (PSDB).

“No meu período, a minha inflação, se comparar com os governos FHC e Lula [Luiz Inácio Lula da Silva], o meu e o do ex-presidente Lula se calibram. Então, acho que usam dois pesos e duas medidas para julgar o meu governo”, avaliou.

Durante a sabatina, Dilma criticou a postura do banco Santander que, em comunicado a correntistas, disse que sua eventual reeleição poderia resultar em efeitos negativos para a economia. "Um país não deve aceitar uma interferência de qualquer instituição financeira, de qualquer nível. Sobre o Santander, eu acho inadmissível. Eu não sei o que farei, eu não vou especular. Eu sou presidenta da República, eu tenho de ter uma atitude mais prudente”, disse Dilma, que classificou o comunicado como "lamentável" e disse ainda que o pedido de desculpas do banco foi "protocolar”.

A presidente e candidata comparou o pessimismo nas avaliações da economia ao que havia durante a preparação para a Copa do Mundo. “Ano passado falaram a mesma coisa da economia, falaram que haveria apagão. Há um pessimismo com a economia do mesmo jeito que havia contra a Copa. A economia vive de expectativa. Receitaram o racionamento pra mim, todos os meses do ano, com consequência de queda de dois pontos do PIB [Produto Interno Bruto], e nada disso ocorreu, pelo contrário”, avaliou.

Dilma disse que país sofre com os efeitos da crise econômica de 2008 e reconheceu que o governo errou ao desconsiderar o "descontrole" financeiro internacional. "Todos nós erramos pois não tínhamos ideia do grau de descontrole. O mundo errou porque saiu completamente do controle a crise do sistema financeiro internacional. No Brasil, tentamos impedir que o tradicional efeito da crise, como a geração de desemprego, acontecesse. Minimizamos os efeitos da crise na economia brasileira”.

Dilma voltou a aformar que há um "pessimismo inaceitável" com a economia e lembrou que a “tempestade perfeita” que a “mídia previu” para o fim de 2013 não ocorreu.  "Nós temos robustez fiscal, a dívida líquida caiu para 34%”, citou.

Dilma disse ainda que alguns setores estão aproveitando o momento eleitoral para especular com a economia e que quem faz isso vai "se dar mal". "A característica de vários segmentos é especular. Sempre que especularam não se deram bem. A conjectura passa e eles se dão mal. Na eleição 2002 quem especulou contra Lula se deu mal", ironizou.

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