Com a oficialização do apoio do PSB ao senador Aécio Neves (PSDB), a nova expectativa se dá em torno do posicionamento da ex-presidenciável Marina Silva, que obteve 21% dos votos do eleitorado brasileiro no primeiro turno. Apesar da tendência em favor de Aécio, a socialista deve prolongar ainda mais a divulgação da sua decisão, que era aguardada para hoje.
A ex-presidenciável pretende esperar o resultado da reunião com as demais legendas que integraram a coligação Unidos pelo Brasil (PSB, PPS, PPL, PRP e PSL, além da Rede) para, em seguida, apresentar os pontos do seu programa de governo para o candidato tucano. Seus apoiadores se reúnem hoje em Brasília. Marina só vai anunciar o apoio formal depois do aceno de Aécio em relação aos pontos defendidos por ela na primeira fase da campanha.
A ideia é continuar com o discurso de que a aliança é baseada num conteúdo programático. Por isso, Marina vai esperar a posição do tucano em relação às bandeiras defendidos pelo PSB no primeiro turno. Os pontos principais são: a estabilidade da economia do País, a reforma tributária, a geração de emprego, o compromisso do PSDB com os programas sociais e assuntos ligados à reforma política.
Alguns acenos já foram feitos pela cúpula tucana. Ontem, o coordenador do área ambiental da campanha de Aécio, Fábio Feldmann, entrou em contato com aliados dela.
Após essa etapa, Marina faz o anúncio em prol de Aécio. Apesar da decisão, a ex-presidenciável não deve ter uma atuação intensa na campanha. A participação no guia eleitoral e em atos de campanha pelo Brasil é praticamente nula. Aliados da ex-senadora alegam que, caso haja participação, esta será muito discreta. Há o receio de que Marina sofra ainda mais bombardeio por parte do PT, assim como no primeiro turno.
Ontem, Marina passou o dia em reuniões com aliados e chegou a ser procurada por aliados do PT, na tentativa de obter o seu apoio. O vice-presidente Michel Temmer (PMDB), inclusive, chegou a procurar o grupo de Marina.
O diretório nacional da Rede também se reuniu para chegar com uma posição consolidada na reunião de hoje. Mesmo com algumas resistências internas - ligada ao grupo da juventude -, a tendência é pelo apoio a Aécio Neves.