Agripino: Oposição tem de romper barreira de classes

O senador afirmou que a oposição precisa dialogar com a sociedade
Karol Albuquerque
Publicado em 30/10/2014 às 16:03
O senador afirmou que a oposição precisa dialogar com a sociedade Foto: Foto: ABr


Coordenador-geral da campanha derrotada do presidenciável Aécio Neves (PSDB), o presidente nacional do DEM e senador José Agripino Maia (RN) avaliou em entrevista ao Broadcast Ao Vivo que o PT da reeleita Dilma Rousseff recorreu ao discurso de uma divisão entre ricos e pobres para vencer o tucano. "Essa foi uma coisa profundamente lamentável. O tema do marketing da campanha do PT, desde o começo a gente sabia, queria fazer a campanha do rico contra o pobre", disse. "Muitos ricos votaram em Dilma e em Aécio. Muitos pobres votaram em Dilma e Aécio".

Maia, contudo, afirmou que a oposição precisa dialogar com a sociedade para romper a barreira da "luta de classes" por meio da qual o PT teria se sagrado campeão no último domingo (26). Segundo ele, a divisão do País entre ricos e pobres precisa agora ser superada tanto pela oposição quanto pelo governo. "Cabe à classe política dos dois lados acabar com qualquer resquício de divisão do País entre ricos e pobres, entre classe A, B, C ou D, de brancos e pretos. O Brasil é um só. A tarefa da classe política tem que ser a de unir o País", afirmou.

O senador disse também que os mais ricos precisam reconhecer a necessidade de incluir os mais pobres na classe média. "A classe política tem de trabalhar para que os ricos concordem em promover a distribuição de renda, para que os pobres possam - pelas oportunidades que tenham apoiados pelas ações de governo - deixar de ser pobres para ser pelo menos classe média", disse.

NORDESTE - Maia atacou a "boataria" de que Aécio acabaria com programas sociais, segundo ele espalhada pela campanha petista no Nordeste numa "inoculação da mentira" entre a "camada mais modesta". "O PT inoculou o vírus da negação do Bolsa Família, do Prouni, Minha Casa, Minha Vida. Estava dito dentro das casas que, se Aécio fosse presidente da República, aquilo tudo iria acabar", disse. "Faltou uma campanha limpa, baseada nos fatos verdadeiros", disse.

O senador chamou os apoiadores do PT de "militância que aparelha o Estado", afirmando que os petistas têm "interesse em permanecer governo" e, para isso, "se encarregaram de disseminar a mentira nas redes sociais e de casa a casa". Maia, contudo, evitou condenar a divisão entre Sul/Sudeste e Nordeste, nascida nas redes sociais a partir da derrota de Aécio.

Político tradicional do Rio Grande do Norte, Maia evitou rebater a onda de ódio da militância tucana contra os nordestinos, que foi puxada na noite de domingo pelo deputado estadual por São Paulo Coronel Telhada (PSDB) - o mais votado do partido no Estado. 

"Não quero justificar uma coisa com outra. Aécio fez a campanha que não digo que foi do bateu-levou, mas de não levar desaforo para casa. Quando eles (petistas) exageraram nas denúncias e na inoculação do veneno, os eleitores apaixonados de Aécio se defendiam e colocavam fatos sem orientação do comando da campanha", disse.

Segundo o senador, o candidato Aécio contou com uma "militância espontânea do brasileiro" que se contrapôs ao "fatos gerados pela radicalismo da campanha do PT". "A campanha do PT procurou levar argumentos procedentes e não procedentes, verdadeiros e não verdadeiros", concluiu.

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