O vice-presidente da Camargo Corrêa, Eduardo Leite, poderá "colocar a mão à palmatória" em novo depoimento à Polícia Federal, afirmou nesta quarta-feira (19) seu advogado, Cláudio Mariz de Oliveira.
O executivo prestou depoimento pela manhã, na Superintendência da Polícia Federal de Curitiba. Ele é um dos 24 presos na sétima fase da Operação Lava Jato, chamada de "Juízo Final", que investiga um esquema de fraude em licitações na Petrobras.
No depoimento, Leite respondeu apenas questionamentos básicos sobre sua função na empreiteira. Na sequência, disse que não iria responder perguntas sobre contratos firmados com a Petrobras, seguindo orientação de seu advogado.
Oliveira afirmou que seu cliente não se manifestou, pois não teve acesso ao teor das acusações. Contudo, acrescentou que Leite poderá falar em novo depoimento, depois que a defesa tiver acesso ao inquérito.
"Vamos colaborar. Vamos tomar conhecimento de todos os fatos e aí podemos colaborar com um depoimento mais específico na sequência", disse o advogado.
"Ele poderá admitir (atos ilícitos) se forem verdade e colocar a mão à palmatória", afirmou Mariz.
Reportagem da Folha de S.Paulo desta terça (18) revelou que Eduardo Leite é citado pelo doleiro Alberto Youssef em conversas e mensagens interceptadas na Operação Lava Jato. Pelo teor das mensagens, o vice-presidente da Camargo Corrêa seria um dos executivos mais próximos do doleiro -Youssef refere-se a Leite como "leitoso" e reclama de "atrasos" de pagamentos da empreiteira.
Nesta quarta (19) também prestam depoimento, na sede da PF em Curitiba, Dalton Avancini e João Ricardo Auler, respectivamente diretor-presidente e presidente do Conselho de Administração da Camargo Corrêa, além do lobista Fernando Baiano, que estava foragido e se entregou nesta terça (18).
Dentre os 25 alvos da operação que tiveram prisão decretada na última sexta, apenas Adarico Negromonte Filho, irmão do ex-ministro das Cidades Mário Negromonte (PP-BA) está foragido. Treze pessoas continuam na sede da PF em Curitiba.