Justiça bloqueia R$ 3 milhões em conta de ex-diretor da Petrobras

De acordo com depoimentos de investigados que fizeram acordo de delação premiada, Duque recebia propina enquanto estava no cargo
Da ABr
Publicado em 20/11/2014 às 13:24
De acordo com depoimentos de investigados que fizeram acordo de delação premiada, Duque recebia propina enquanto estava no cargo Foto: Foto: VANDERLEI ALMEIDA / AFP


Um relatório do Banco Central enviado ao juiz federal Sérgio Moro, responsável pela investigação da Operação Lava Jato, da Polícia Federal, identificou R$ 3,2 milhões na conta corrente do ex-diretor de Serviços da Petrobras Renato Duque, um dos presos na operação.

De acordo com depoimentos de investigados que fizeram acordo de delação premiada, Duque recebia propina enquanto estava no cargo. A defesa do ex-diretor nega as acusações e afirma que não há motivos para que Duque continue preso.

As informações foram prestadas por solicitação do juiz, que determinou a quebra do sigilo bancário de 15 investigados na última terça-feira (18). O valor total bloqueado é R$ 47 milhões. Após rastreamento das contas, a medida foi cumprida parcialmente pela falta de saldo. Todos os valores encontrados foram transferidos para uma conta da Justiça Federal na Caixa Econômica Federal.

O relatório mostra que também foram bloqueados R$ 8,5 mil na conta do empresário Fernando Soares, conhecido como Fernando Baiano, em uma conta no Citibank, e R$ 304 em outra conta, no Santander. Soares é citado em depoimentos de delação premiada como arrecadador de propina do PMDB. O partido afirma que o empresário não tem ligações com a legenda.

As contas de Valdir Lima Carreiro, presidente da empresa Iesa, e de Erton Medeiros Fonseca, diretor-presidente da Divisão de Engenharia Industrial da Galvão Engenharia, estão zeradas.

As informações também apontam os valores encontrados nas contas dos executivos de empreiteiras presos na operação:

Agenor Franklin Magalhães Medeiros, diretor-presidente da Área Internacional da OAS - R$ 46.885,10;

Ricardo Ribeiro Pessoa, responsável pela UTC Participações: R$ 10.138.792,61;

José Aldemário Pinheiro Filho, presidente da OAS: R$ 52.357,15;

Dalton dos Santos Avancini, diretor-presidente da Camargo Corrêa: R$ 852.375,70;

José Ricardo Nogueira Breghirolli, funcionário da Construtora OAS: R$ 691.177,12;

Sergio Cunha Mendes, diretor da Mendes Júnior:  R$ 700.407,06;

Gerson de Mello Almada, presidente da Engevix: R$ 22.615.150,27;

João Ricardo Auler, presidente do Conselho de Administração da Camargo Corrêa: R$ 101.604,140;

Othon Zanóide de Moraes Filho, diretor da Queiroz Galvão: R$ 166.592,14.

Idelfonso Colares Filho, Queiroz Galvão: R$ 7.511,80

Walmir Pinheiro Santana, da UTC Participações: R$ 9.302,59

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