O senador José Sarney (PMDB-AP) foi impedido nesta quarta-feira (3) de desembarcar na chapelaria do Congresso, entrada principal do prédio, quando chegava para acompanhar a votação da manobra fiscal que o governo tenta aprovar para fechar as contas do ano.
Os manifestantes balançaram o carro do peemedebista e deram tapas na lataria. O senador ficou visivelmente assustado. Ele desistiu de descer no local e seguiu para outra portaria do Congresso.
A Polícia Militar e a Polícia Legislativa reforçam a segurança. O acesso está sendo liberado apenas para funcionários e pessoas autorizadas.
Mais cedo, manifestantes também cercaram o carro do vice-presidente da Câmara, deputado Arlindo Chinaglia (PT-SP), e cobraram a liberação das galerias do plenário, local que permite ao público acompanhar as votações.
Após ouvir gritos de "ditadura!, ditadura!", Chinaglia perguntou quanto os manifestantes estavam recebendo para permanecer no local. Irritado, o petista desistiu de desembarcar e se dirigiu a outra portaria.
Depois do episódio, o deputado reconheceu que reagiu de forma alterada. "Fui abordado por algumas pessoas de forma provocativa. Acusaram-me de tudo e mais um pouco. Cheguei ao limite e respondi de forma baixa", explicou o petista.
GRAVATA - Agredida com uma gravata por um dos agentes do Congresso na sessão tumultuada desta terça, a aposentada Ruth Gomes de Sá, de 79 anos, voltou a protestar nesta quarta. Com uma bandeira do Brasil enrolada no corpo, ela disse que vai seguir com as manifestações. "Não vou desistir nunca".
A senhora apresentou cópia do Boletim de Ocorrência que registrou contra a Polícia Legislativa.
Cobrado por parlamentares da oposição sobre a agressão à aposentada, o presidente do Congresso, senador Renan Calheiros (PMDB-AL), disse que não respondia por excessos de seguranças e de deputados.
"Como presidente do Congresso, não me cabe tratar de excesso da Polícia nem dos deputados que foram para galerias bater nos policiais, invocando a condição de mandatários.